PRESENÇA DA AUSÊNCIA - Entrevista a Areosa Pena (as respostas são frases extraídas das suas crónicas)
Por: Nelson Lineu Nelson Lineu – És o primeiro convidado não poeta na presença da ausência... Areosa Pena - chegou, portanto, o momento! N.L. – Na morte o que te preocupou foi o facto de não poderes escrever ou não teres o que escrever? A. P. – Durante uma hora, andei perdido em cruzamento de linhas N. L – Houve algo que escreveste e foi fundamental para te adaptares à morte? A.P – “Vá e comece a viver de novo. Verá que esta vida é melhor que a outra que viveu”. N. L – Fizeste da tua escrita a tua causa, é caso para dizer no princípio foi a causa? N. L. – Quem não é capaz de se interessar, de se dedicar, de se apaixonar, totalmente, por qualquer causa - boa ou má, não importa- está moribundo. N. L. – É verdade que tens uma paixão pelo luar? A. P. – A quem dói a falta de energia, não é belo o luar. N.L . - Bertrand Russel defende que para ver melhor uma coisa é preciso uma certa distância, sendo a morte uma distância, o que viste melhor aí do outro lado da vida? A. P – Pensava que ...