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TARDE DE CHUVA

  De:   Luiz Eudes é de Sátiro D ias, Bahia. Todas as tardes o menino visitava o avô, ao final de mais uma jornada de trabalho, procurando aconchego em seu colo e ficavam ali brincando os dois, avô e neto, horas a fio. Depois o avô cantava com voz suave em meio tom e aquela harmonia o fazia adormecer pendurado no pescoço dele, segurando a sua orelha e mordendo levemente o polegar. E o avô o levava para a cama, para os sonhos de criança. Parecia mais um final de tarde como outro qualquer. Crianças andavam na praça, árvores balançavam folhas secas, uma dona de casa levava compras para o preparo do jantar, homens conversavam alegremente. A umidade do ar anunciava chuvas de verão. Algumas pessoas acreditavam que até o final da semana choveria. De repente nuvens negras encobriram a cidade. Relâmpagos iluminaram os céus, ventos sopraram fortes e trovões ecoaram ao longe. Uma chuva torrencial caiu sobre o solo.   Senhoras procuravam abrigo, crianças corriam em divertida brincadeira,

Algures no céu, despois do “calvário e cruz”

Aos meus amigos da boémia (J.F, H.M, J.C, M.C,) e à nossa única mulher Brígida A Brígida, essa mulher de modos muito reservados, trouxe-nos as garrafas de cerveja deitadas na bandeja. Despertou-as à mão, uma a uma, como uma mãe que arranca o filho do sono. Em pé, no centro da mesa amarela de plástico, as garrafas pareciam freiras surpreendidas por um anjo a cochichar sobre a ousadia de judas. Era já noite.  As horas corriam no pêndulo. As ruas adormeciam. Nenhum cão, nenhum larápio, nenhuma alma ou doido a restolhar descartáveis no contentor enferrujado, mas alguns carros sacolejando no asfalto com hematomas.  Estávamos sentados numa esplanada recém-erguida, o capim ainda fresco, a cheirar a seco e a húmus. De quê conversam os artesãos das palavras, essa duras pedras com a profundidade de poço, quando se encontram? Talvez falem de tudo e menos construir um castelo de silêncio.  O H.M ajustou os óculos no rosto e agarrou a quinta, a sexta ou sétima garrafa com o anzol das mãos; roscou a

Um casal só torna-se pobre quando a mulher for burra, texto de Luís Nhazilo

imagem Prima, não é a primeira   vez que te digo algo similar a isto: um casal só torna-se pobre quando a mulher for burra. Repare como a minha vida está, há por detrás disto, uma maratona de sofrimentos, uma gasolina de esforços que eu e o meu marido ingerimos e, talvez, litros de sangue de alguém que foram entornados; sou casada há vinte três anos com o Lourenço, o meu casamento, não foi dos melhores, confesso; na verdade, tudo porque obrigaram o meu marido a fazê-lo. Podes sentar porque, não posso te mentir, a história é longa. Na época, o meu marido vendia Tapioca no mercadinho, ali ao lado da escola de bunhiça, na Matola, isso em noventa e sete, bem antes de ser segurança nas machambas do primeiro de Maio, aliás, mesmo essa oportunidade que surgiu para que fosse trabalhar na MOZAL como serralheiro ajudante, que recebia quinzenalmente, haaaa, é de hoje. Eu sempre fui proibida de sair de casa, só de espreitar a rua era um pecado maior, que, se dependesse deles, Jesus O Cristo

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