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Fique em casa de Luís Nhazilo

O Alberto parou de sorrir, os seus olhos assustavam, com semblante cismado, afastou-se de mim. - Não se aproxime. Estava confuso, levantei as costas dos meus braços para que avaliasse qualquer eventualidade; nada. Quase a chover de preocupação, vi o Alberto a fugir, enxotado de culpa, medo, repentinos. Tentei gritar. - Vai ficar em casa! Disse, de longe. Dei arrecuas. O dia está chuvoso, o guarda-chuva ficou em casa, como sempre, apenas lembro enquanto molho. Não paro de pensar no meu amigo, pior, pela forma como me tratou; pareceu o Ricardo, meu irmão, jovem, escuro, sério, calado, de 19 anos, que em toda sua vida só soube zangar. Tinha talento o miúdo. - Coisas da Família. Saí muito cedo da casa dos meus pais, com despreparo na ponta da mente, dias angustiados não me faltaram, o meu irmão denunciara-me, bem que, ao menos, pouca razão tinha, encontrou-me a olhos vistos fumando: - Mano, afinal fumas?, foram sombras no dia; engoli minha própria língua, as palavras sem nexo me balbu

Poemas de Luís Nhazilo (O poeta Sobrevivente)

                1.         1.         Sexo tem que ter sexo para existir Ofereço rosas, vivo loucuras, janto, farto-me de carnes, poemas, da mulher que, sem preconceito, me suga o sexo da alma. O sexo é outra maneira de saudar nossos antepassados. De todos poemas que li dessa gente, só me interessei pelo seu silêncio. A pergunta que não quer calar, quanto tempo se   leva para se desvendar o silêncio do sexo dessa gente?! O papel não precisa de sexo para sentir a poesia entre suas pernas. Talvez pense sobre "suas pernas" como se não tivesse, conclua como quiser, não é da minha conta, pelo menos te fiz pensar.   2. A leitura ou lei'dura?! Lia antes de saber ler, lia como quem não soubesse, mas mesmo assim, lia como se fosse Juiz de algum livro lido. Lia porque podia ser eu, nascer sem saber do que sabia. Lia porque podia ler sem saber, rir do idiota que eu era, por ler o que não lia. A leitur