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Poemas de Arton Souza

  Anotações sobre os dias de angústia É delicado fechar os olhos depois de contornar a soleira da velha casa [essa limítrofe atmosfera de retesar silêncios ] onde haveríamos de ser abandonado. Nessa manhã estamos distantes demais  do pão e do amor & a chaga da palavra benevolência responde por essa fisiomia  com uma linguagem  de petúnias arcaicas.  O essencial é inventar agora como semear  o pão, o amor e a casa só esse latifúndio nos conduzirá  ao verbo antes da carne.  In: Antologia de poesia moçambicana, vol. 1, poemas 258. Dos desígnios dentro de nós Para os olhos estendidos no alpendre há esta casa aberta ao propósito do milagre  & todos nomes sem rosto no subterraneamento da fome, perguntam: como desfazer a efemeridade ossatória aludida na amargura inquieta de deus? Como ir à guerra, sem ocupar o coração,  com a pragmática dos métodos  e a maneira de não traçar planos para o destino do inimigo? É difícil entender porque a noite  não nos ensina como inventar o amor muito