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Das causas às consequências

De 1974 a 1976, viveu-se um período de ouro em Moçambique. Cheirava-se a liberdade. As ideias fluíam. As livrarias deram-nos todo o tipo de literatura - da área política, económica, a outros ramos do saber social. Disso tenho exemplo da livraria Ovedekula, em Quelimane. De 77 em diante, tudo mudou: as livrarias abarrotaram-se  de obras escolhidas de Lenine e outras edições da Progresso, da  extinta União Soviética.  Desses tempos áureos  apaixonei-me pelos conceitos de legitimidade democrática  e legitimidade revolucionária. Naquela minha adolescência política, tentei compreender, no quadro da legitimidade revolucionária,  os actos  das autoridades  em obrigarem as instituições públicas e empresas estatais a afastarem e não  empregarem cidadãos que se beneficiaram de bolsas de estudo angariadas no tempo do obreiro da unidade nacional, Eduardo Mondlane, aos então jovens moçambicanos, maioritariamente do centro e norte de Moçambique. Vi doutore...

Uma vista às eleições gerais de 2024 - Ungulani Ba Ka Khosa

Para quem, como eu, tem acompanhado, ao longo de mais de quarenta anos, como professor e, acima de tudo, escritor, o percurso da Frelimo, em tanto que Frente de libertação de Moçambique e, subsequentemente, como Partido de orientação marxista,  desembocando em Partido sem estratégia ideológica, estas eleições não me  surpreenderam de todo. Ao acompanhar a leitura dos resultados feita pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições, veio-me à mente a durabilidade no poder de um outro partido do sul global, o PRI (partido revolucionário institucional), do México,  que esteve no poder entre 1929 e 2000. 71 anos no poder. Longo e asfixiante tempo! As críticas  que se faziam, nas sucessivas eleições, centravam-se na fraude eleitoral, na sucessiva repressão contra os eleitores, na sistemática violação dos princípios democráticos, na falta de lisura no trato da coisa pública. Tal e qual a nossa situação. A propósito, o grande Poeta e intelectual mexicano Octávio Paz, dizia...