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O PRESÉPIO

  Luiz Eudes é de Sátiro D ias, Bahia -Brazil. Colunnista convidado A tarde vai embora lentamente. Um homem, acompanhado da sua filha, para o carro na praça. Há moças na calçada de uma casa, uma delas os convida a entrar e ao abrir a porta da sala um mundo encantado surge num momento mágico: é o presépio que há muitos natais faz brilhar de encantamento os olhos das crianças. A lapinha foi criada para homenagear o Menino Jesus e a alegria da sua criadora é receber as crianças que todas as noites de dezembro visitam a sua casa e, atentas, observam o músico anunciando por seu tambor a chegada de Papai Noel. No presépio há um convívio fraternal do animado gorila com o pacato burrinho, do cantante pássaro azul com as silenciosas borboletas, dos peixes e cobras que, de longe, miram os animais sagrados: a vaca e a ovelha, o galo e o jumento. É noite de Natal e no centro de tudo está a representação do nascimento de Cristo. O presépio é montado seguindo uma tradição iniciada por São Fr

TARDE DE CHUVA

  De:   Luiz Eudes é de Sátiro D ias, Bahia. Todas as tardes o menino visitava o avô, ao final de mais uma jornada de trabalho, procurando aconchego em seu colo e ficavam ali brincando os dois, avô e neto, horas a fio. Depois o avô cantava com voz suave em meio tom e aquela harmonia o fazia adormecer pendurado no pescoço dele, segurando a sua orelha e mordendo levemente o polegar. E o avô o levava para a cama, para os sonhos de criança. Parecia mais um final de tarde como outro qualquer. Crianças andavam na praça, árvores balançavam folhas secas, uma dona de casa levava compras para o preparo do jantar, homens conversavam alegremente. A umidade do ar anunciava chuvas de verão. Algumas pessoas acreditavam que até o final da semana choveria. De repente nuvens negras encobriram a cidade. Relâmpagos iluminaram os céus, ventos sopraram fortes e trovões ecoaram ao longe. Uma chuva torrencial caiu sobre o solo.   Senhoras procuravam abrigo, crianças corriam em divertida brincadeira,

O SONHO INFAUSTO DUMA FOLHA

    Imagem by: Google.com Era uma vez num lugar que ficava nos arredores duma grande cidade amplamente habitada, densamente povoada que fervilhava de vida. Com a grande concentração de pessoas num só sítio, havia uma procura intensa, constante e incansável pela satisfação das inúmeras necessidades que surgiam no seu quotidiano. A cada dia que nascia a demanda pelo bem-estar e uma vida desfrutada na sua inteira plenitude era o lema de cada residente daquela metrópole. A única saída para suprir as inúmeras necessidades que aqueles citadinos enfrentavam, passava necessariamente pela construção de grandes empreendimentos. A construção desses empreendimentos abria espaço para que se pudesse facilmente dar cobro ou minimizar-se qualquer demanda. Aqueles citadinos passavam por necessidades no tocante à alimentação, habitação, transporte, entre outras necessidades. Certo porém, nenhuma daquelas necessidades seria solúvel sem que tivessem que passar pela industrialização. A ser

A dor de uma decepção de Minória Pereira

Ao abrir porta da sala, ouvi passos leves e firmes em minha direcção, num repente, a imagem impressa da Clara, surgiu-se-me discreta nos olhos. Um vulto de vento repentino conduziu-nos ao interior da casa. A espontaneidade levou a contorcer a coluna  à  abaixo para receber a Clara. Aos poucos, vi envolvido o meu pescoço em seus braços macios. “Sentir os pequenos braços de Clara no pescoço, é tudo que preciso depois de um dia longo de trabalho”. Cogitei. Clara sempre foi o meu consolo, a minha luz no escuro, meu amparo, único e verdadeiro motivo que me mant ém  viva. “Ela só tem sete anos e, a única que me entende. Talvez seja por ter saído do meu ventre e não me julga como muitos o fazem.” Imaginei.   Para Clara eu não precisava explicar-me. Fingir. Para Clara eu podia falar tudo e ainda chorar em seu ombro. Embora eu me expressasse sempre quando a acompanhava no seu sono, eu sabia que no fundo, mas bem no fundo ela me escutava. Para Clara não precisava mostrar e nem prov

A Moça com dois maridos e a visão do Mazione

imagem Já faz tempo que o Alfredo vem desconfiando das saídas repentinas da sua amada. A tamanha estranheza residena quantidade de sexo que ele recebe em casa. A joana dá-lhe a fruta como se estivesse a medir em copitos. Mas desta vez, a Joana exagerou. Passam sete dias que ela não pisa em casa. O Alfredo ama demais a sua amada, e para tudo, antes que ela justifique, ele já oferece o seu perdão a priori . Fazia de tudo para evitar qualquer briga. Sabia que a sua amada, quando se zanga, a sua maçã fica verde toda noite. Aliás, para ele a maçã da Joana tem amadurecido no final do mês. A Joana desde que saiu na semana passada, carregou todos os desejos do Alfredo em seu corpo. Informou ao seu amado que passaria alguns dias em casa da sua mãe. Pois, faz muito tempo que não se avistavam. Afinal de contas, mãe é mãe. O António não podia ter pensamentos contrários a informação da sua amada esposa. E, lá se vai a Joana simplesmente com a roupa de corpo. Para evitar quaisquer