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Ciclo de diadema trivial

    Então, quem irá acolher este ciclo de diadema trivial? Lemo-nos ritualmente como cristais carbónicos abertos às páginas entre olhos fechados. Um raciocínio Uma percepção. Que nos dão alguns? Nada. Talvez isso seja bom. Dizem: abram os olhos. A poesia é uma tortura com uma lança no fígado e o peito pronto a encolher a dor. Esse nada que fingimos seguir por dentro do pesar a todo tempo. Não sabemos de onde vêm as prosas ou poemas que não ficam malfadados nas páginas. Que andam de testa a testa, com gente estranha de fascínio ou não, de tempo sobre tempo com gente diferente. Talvez porque, Eles galopam sempre, desejam encontrar a redenção e entregam-se ao caminho... Mas como pô-los a galopar constantemente? Não gosto de poemas que ficam nas páginas, aliás escritos para páginas somente! O poema deve farejar o seu próprio tempo e deixar-se arder. Fragmentar eu nele em exércitos acasos e sobreviver. Casual d’um recesso recomeço. Desdobrar o interior do eu tal como um cone que

4 POEMAS DE ARMANDO ARTUR homenageado pelo Projecto Tindzila pelos 35 anos de carreira

URGÊNCIA É urgente inventar novos atalhos. Acender novos archotes e descobrir novos horizontes. É urgente quebrar o silêncio, abrir fendas no tempo e, passo a passo, habitar outras noites coalhadas de pirilampos. É urgente içar novos versos, escalar novas metáforas recalcadas pela angústia. É urgente partir sem medo e sem demora. Para onde nascem sonhos, buscar novas artes de esculpir a vida. ....... OS  FAZEDORES  DE  PROMESSAS Como destilar verdades nestas palavras com odor de mofo? Até eu poderia emprestar-lhes um ar de sândalo não fosse a febre noturna dos búzios. Há muito que os fazedores de promessas emigraram sem que ninguém os lembrasse dos gestos obscenos deixados para trás. Quantos sonhos cabem numa palavra? Quantos sonhos cabem numa cabaça? Diziam-me que o mundo era uma pertença de todos. E enganaram-me quando não acreditei. Pois as palavras já não enchem a panela de barro. Só o inverno sabe o quão é difícil suportar as folhas caídas nas estepes. Mas nenhuma ausência os entr

RIO INHARRIME - Otildo Justino Guido

Imagem Sou mistura do que ainda não sou e do que finjo não ser Minha alma não conhece o seu lugar. Habita na semente para confundir o fruto. E tomba no chão para ser realmente novamente a semente que da origem ao novo começo do fruto As vezes tento me ver: sou paria de água doce sou rio de água salgada Sou mistura de fruto, semente e chuva enrolado no abraço dos chopes. Otildo Justino Guido

Suas saias

Simpatia  Esvoaçam as minhas calça e as minhas cuecas Deixam-me sem fôlego Resfolegando os meus hormônios embirram, aborrecem minha esperma... curte-as... as medianas! As suas saias Curtas brancas, Curtas pretas, sem meia saia Incitam a minha masculinidade Molham minhas cuecas... esbranquiçada mente. Curte-as... As compridas! Mafavuka Francisco Jeremias