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Uma roda e frota na arqueologia dos discursos, poemas de Britos Baptista

 1. Vento toca timbila nos teclados do mar 2. Na sacola de palha na mão esquerda do Cabo cabe: o peso de uma granada  de papel; um relógio de tédio pendurado  no peito de Afungi; o suor das ruas de Mocímboa — a voar no solitário céu do Wimbe; os tantos abertos olhos dum exacto silêncio; uma roda e rota e frota e porta na lamacenta arqueologia dos discursos; um redondo mapa nos rijos joelhos do sol; os braços duma magra vela — a olhar um rio de algas — a nadar nos olhos do crocodilo; a embriaguez nos pés do fogo; as nuas costas da bala. Perdida?; o cordão umbilical da guerra; as barbas em chamas na metralhada  nortenha metrópole; o nariz das campas na pele dos homens; os corpos sem ar sobre o chão dos pulmões; os capitães da caça  na vertigem das máscaras de Mueda; o crânio do escuro na luz do abismo; os cabelos de mágoa de Palma nos espelhos da dor; a tonta cor cinza  nos ventos que o incêndio ergue; a sombra dos homens deitada no colo das estradas; os erguidos calcanhares das lâminas;

Poemas de Britos Baptista

1. Olhei a casa. janelas choravam uma cegueira qualquer. no chão, contorcia-se de dor uma porta do tamanho de dez. olhei de novo. olhei os olhos das paredes caídas. olhei o tecto quebrado nos braços da sala. vidros sangravam a guerra das bocas que se rasgavam aos delírios. gritei na nuca das luzes apagadas. olhei as sobras do meu olhar. vi, que antes da queda da magra porta, toda aquela casa da porta já tinha caído! então, as minhas mãos sorriram a preguiça dos meus pés!   2. Então, se te estendesse poemas, em folhas verdes nas mãos abertas do meu olá, será que não te seria Álvaro em algum campo?! mas, só sei ser nenhum poeta! dobro meus olhos. meto-os nos bolsões do medo. passo pelas ruas do teu rosto, como se passasse entre gordas pernas do vento.   3. Tento escrever um verso. um verso que me diga outro. chama-me, pela minúscula boca dos pés, esse poema, que mal (re)conheço o rosto. e