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PRESENÇA DA AUSÊNCIA - Entrevista a Areosa Pena (as respostas são frases extraídas das suas crónicas)

Por: Nelson Lineu Nelson Lineu – És o primeiro convidado não poeta na presença da ausência... Areosa Pena - chegou, portanto, o momento! N.L. – Na morte o que te preocupou foi o facto de não poderes escrever ou não teres o que escrever? A. P. – Durante uma hora, andei perdido em cruzamento de linhas N. L – Houve algo que escreveste e foi fundamental para te adaptares à morte? A.P – “Vá e comece a viver de novo. Verá que esta vida é melhor que a outra que viveu”. N. L – Fizeste da tua escrita a tua causa, é caso para dizer no princípio foi a causa? N. L. – Quem não é capaz de se interessar, de se dedicar, de se apaixonar, totalmente, por qualquer causa - boa ou má, não importa- está moribundo. N. L. – É verdade que tens uma paixão pelo luar? A. P. – A quem dói a falta de energia, não é belo o luar. N.L . -  Bertrand Russel defende que para ver melhor uma coisa é preciso uma certa distância, sendo a morte uma distância, o que viste melhor aí do outro lado da vida? A. P – Pensava que ...

PRESENÇA DA AUSÊNCIA - ENTREVISTA A CRAVEIRINHA TREZE ANOS DEPOIS DA SUA MORTE* (2016)

por Nelson Lineu Nelson Lineu (N.L.) – Ainda és movido pelos mesmos pensamentos que te fizeram um cidadão de uma nação que ainda não existe? José Craveirinha (J.C.) – Ainda não mudei. Continuo obsessivo a fazer, de preferência, o que mais gosto. N.L. - Há homens que deviam viver mais, por precisarem de mais tempo para concretizarem suas utopias. Concordas? J.C. - Se me visses morrer os milhões de vezes que nasci. N. L. - Almejaste uma nação que se pode entender ser uma construção permanente. Sentes que tinhas muito ainda a dar para concretização desse sonho?  J.C - Tenho apenas amor para dar às mãos cheias. Amor do que sou e nada mais. N.L - Estás satisfeito com as homenagens feitas a ti e a tua obra? J.C. - Dão-me a única permitida grandeza dos seus heróis, a glória dos seus monumentos de pedra. N.L. – Sentes que em vida recebeste como deste? J. C. - A ambição minha e da Maria foi termos uma casa onde nos cortarmos os cabelos brancos. N.L – Por falar em Maria, qual a explicação de...

PRESENÇA DA AUSÊNCIA - Entrevista a Noémia de Sousa (15 anos depois da sua morte, as respostas foram extraídas do seu livro)

Por: Nelson Lineu Nelson Lineu - Depois de um tempo, a Presença da Ausência, volta com uma voz feminina.  Noémia de Sousa – Por que vieste hoje que não te posso receber? N.L. Porquê não me podes receber? N.S. – Hoje, eu só saberia cantar a minha própria dor! N.L. A tua é a nossa dor! Noémia, a esperança está sempre presente na tua poesia, até que o teu livro publicado postumamente poder-se-ia chamar “Grito de Esperança”. É o teu modo de estar na poesia? N. S. – Do fundo da água, as estrelas sempre sorrirão. N.L. – Queres dizer? N.S. – Este é o caminho que eu quero, humano verso. Esta é a música que eu amo, germinando em revolta e nostalgia. N.L. – Este caminho e esta música estão dentro de ti ou fora? N.S. – Na capulana quente da minha compreensão. N.L.- O que a morte te trouxe? N.S. – Trouxe-me consigo todo um mundo esquecido e recordações familiares. N.L. – Qual foi a mudança radical na morte?  N.S. – Nunca mais dormi. N.L. – O que te impressionou deste lado? N.S. – As luzes...

Lançamento do Livro “O Rap: A (des) marginalização do Rap de intervenção social em Moçambique, seu contributo no exercício da cidadania e na formação do Homem”

No dia 11 de dezembro de 2024, às 17h00, o Camões - Centro Cultural Português na Beira será palco do lançamento da obra "O Rap: A (des) marginalização do Rap de intervenção social em Moçambique, seu contributo no exercício da cidadania e na formação do Homem", de autoria de Lázaro Marcos Januário, uma publicação da Massinhane Edições. O evento contará com a apresentação do advogado e docente universitário Edmar Barreto, que trará uma leitura reflexiva sobre a relevância deste ensaio para a compreensão do papel do rap na sociedade moçambicana. A obra, que destaca a trajetória histórica, sociológica e cultural do rap, propõe-se a redefinir a visão sobre este estilo musical como um meio de intervenção social e exercício da cidadania. Editado por Jeconias Mocumbe e com capa assinada por Amândio Afonso, o livro celebra o rap como uma ferramenta de transformação cultural e identidade em Moçambique. Este lançamento é uma oportunidade única para debater e valorizar as dinâmicas cultu...

As doze varas

  As doze varas   Falemos da arte como lugar de (re)encontro d’uma colectividade; como expressão d’uma interioridade trans-individual. Aquele lugar onde o pulmão cultural ganha fôlego. Pulsa com a força d’um condor bravo ou d’um tornado. Aquele lugar onde cada um de nós se encontra representado; aquele lugar que por metáfora é o porto de todos os navios. Falemos dela como património da humanidade que lega gerações. E se a consideramos como tal, então que a abordemos com maior sensibilidade e sinceridade, i.e., sem ares de nepotismos, de deixa andar e etc. A casa da arte está sob assalto; está em chamas. É nesta maneira de conceber a arte que gostaria de recordar e defender “O Excedente Estético: a Readymadezação da «Nova Arte»” das críticas que sofreu daqueles que foram assolados por um estado de susto-reactivo: Primeiro, acusaram-no de possuir um espírito de polemização e redução do labor de escritores cujos nomes e trabalhos foram galardoados e cimeirizados (logo, ta...