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Em Moçambique custa muito diferenciar o autor do próprio livro. Muitas vezes, o autor aparece mais do que a própria obra. Alguns autores escrevem maningue nice e não conseguem colocar às obras em pé de igualdade com alguns péssimos, mas, muito influentes. Dentre a obra e o autor vivem os lobbies. Por isso, uns escrevem muito para Brasil; os poetas escrevem mais para os Argentinos; e os restantes escrevem para Portugal e pelo mundo fora. Às vezes admiro-me quando vejo alguns autores que em Moçambique não são lá grandes referências, mas que fazem um sucesso brutal noutros países. Questiono-me sobre o mériito se será da obra ou do autor?
O denominador comum é que somos todos moçambicanos, e, talvez produzimos para o mundo todo, excepto, para o consumo interno. Prova disso, é que aparecemos mais na impresa estrangeira, jornais do Maranhão e Loulé e raraz vezes em Moçambique. Para aparecer num jornal temos que ter contactos fortes; conhecer os editores e por vezes soltar o bacalhau.
Para perceber as veias literárias que fecundaram os escribas deste país deve-se primeiro estudar a plataforma com que se lançaram. Resumidamente, temos 3 principais veias: Aemo, CBM e Instituto de Camões. As diferenças entre leitos são boas à medida que permite aos leitores uma amplitude maior de opções de leitura, e, de igual modo uma maior representação do país para além das fronteiras. O menos bom está sempre associado aos prémios literários.
No que concerne aos prémios não houve e nem há obras justas. Há autores justos, cujo trabalho é reconhecido pelos caminhos trilhados, mas, cujas qualidades das escritas são questionáveis. Por isso, não será facíl o prémio BCI, por exemplo, sem atribuido ao autor anónimo. Só vence que tem vencido! E, perde a arte!
Assim sendo o prémio da litaratura BCI da Literatura ao Mr. Bow, devido a fama que tem, ou, comecemos a separar a obra do autor.
(Em memoria do meu amigo Eduardo Costley-White cujo autor e obra eram nitidamente separados).
Que venha um 2021 melhor para a literatura moçambicana.
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