Avançar para o conteúdo principal

O Tindzila quer perceber dele a forma como o *Teatro* dialoga com a Literatura- com Mapedje

 [...]


Nem todo texto literário é dramatúrgico. Na maioria das vezes, é preciso reescrever o texto literário, adaptando-o a uma linguagem teatral para que se torne possível sua encenação, acrescentando-se diálogos, materializando-se cenários que, inclusive, são diferentes na mente de cada leitor etc. Como exemplos na nossa língua, os livros de José de Alencar, Machado de Assis ou Eça de Queirós, que já renderam várias montagens, todas reescrituras da obra original. Há, contudo, obras que são essencialmente literárias mas cuja adaptação cénica é muito natural, como, por exemplo, escritos de Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto e Nelson Rodrigues.


_______


Mapedje é actor e poeta moçambicano. Vive o teatro. Suas peças teatrais que passam na Televisão de Moçambique radicam nas camadas mais profundas do povo moçambicano. 


O Tindzila quer perceber dele a forma como o *Teatro* dialoga com a *Literatura*.


Biografia do nosso orador



Mapedje (pseudónimo) nasceu em 06 de Julho de 1991, na província de Inhambane.


Licenciado em Ensino de Filosofia com habilitação em Ensino de História pela Pniversidade Pedagógica (2013-2016). 

Actor, poeta e dramaturgo desde 2013. 

Membro do grupo Teatral Fundzeketa 

Mestre de cerimónias.


Nechen Dique (Mapedje) e seu grupo de teatro têm um programa na TVM com o nome *hora da alegria* onde passam História da terra de boa gente a partir das 19:45, bem antes do telejornal. 


Já participou em vários vídeos clipes de artistas de Inhambane até mesmo do distrito de Inharrime o renomado músico Two Ell já convidou-o a fazer parte do clipe da música "Marido de dono é uma boleia". 


Tem vários vídeos de intervenção social no YouTube na página Mapedje wa Nechen oficial ou na página  fundzeketa.


Sábado, dia 10 de Abril


 Tindzila

Unidos pela Lei-Tura

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Basta, Agualusa! - Ungulani Ba Ka Khosa

À  primeira perdoa-se, à  segunda tolera-se com alguma reticência , mas à  terceira, diz-se basta! E é  isso que digo ao Agualusa, escritor angolano que conheço  há mais de trinta anos. Sei, e já  tive oportunidade de o cumprimentar por lá, onde vive há anos num recanto bem idílico da Ilha de Moçambique; sei que tem escrito tranquilamente nessa nossa universalmente conhecida ilha; sei, e por lá passei (e fiquei desolado), que a trezentos metros da casa de pedra que hospeda Agualusa estendem-se os pobres e suburbanos bairros de macuti (cobertura das casas à base das folhas de palmeiras), com  crianças desnutridas, evidenciando carências  de gerações de desvalidos que nada beneficiaram com a independência de há 49 anos. Sei que essas pessoas carentes de tudo conhecem, nomeando, as poucas e influentes famílias moçambicanas que detém o lucrativo negócio das casas de pedra, mas deixam, na placitude dos dias, que os poderosos se banhem nas águas  do Índico, deleitando-se com “selfies” e enca

“Amor como caminho de crescimento” em “Amei para me amar”, de Nyeleti - PPL

  Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.   É um não querer mais que bem-querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.   É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. — Soneto de Luís Vaz de Camões (p.31)   Livro “Amei para me amar”, da escritora Nyeleti, é uma obra que transcende os limites da literatura, emergindo como um importante documento que mescla a literatura, a sociologia e a psicologia. Será um livro de auto-ajuda? Um depoimento? Não cabe a mim dizer, mas a sua estrutura em muito  me lembrou os Doze Passos para o tratamento do alcoolismo, criado por Bill Wilson pelo Dr. Bob S. Dividido em 13 capítulos temáticos, como “Todos somos falhos”, “Quando e como amamos demais”  e “Por que dou mais do que recebo?, o livro se revela uma janel

Uma vista às eleições gerais de 2024 - Ungulani Ba Ka Khosa

Para quem, como eu, tem acompanhado, ao longo de mais de quarenta anos, como professor e, acima de tudo, escritor, o percurso da Frelimo, em tanto que Frente de libertação de Moçambique e, subsequentemente, como Partido de orientação marxista,  desembocando em Partido sem estratégia ideológica, estas eleições não me  surpreenderam de todo. Ao acompanhar a leitura dos resultados feita pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições, veio-me à mente a durabilidade no poder de um outro partido do sul global, o PRI (partido revolucionário institucional), do México,  que esteve no poder entre 1929 e 2000. 71 anos no poder. Longo e asfixiante tempo! As críticas  que se faziam, nas sucessivas eleições, centravam-se na fraude eleitoral, na sucessiva repressão contra os eleitores, na sistemática violação dos princípios democráticos, na falta de lisura no trato da coisa pública. Tal e qual a nossa situação. A propósito, o grande Poeta e intelectual mexicano Octávio Paz, dizia, com a linguagem q