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Literatura Moçambicana no Feminino - TERESA TAIMO
A consolidação da
literatura de autoria feminina, cuja trajectória, timidamente iniciada em
meados do século XIX, ganha consistência no transcorrer do século XX, suscita,
conforme têm demonstrado muitas pesquisas no âmbito dos estudos de género,
novas possibilidades, inclui outras perspectivas sociais e amplia a gama das
representações literárias tradicionais. (ROSSINI, pag. 01).
Tradicionalmente, as
mulheres foram consideradas como inferiores aos indivíduos do sexo masculino,
não só na esfera cultural, mas também na social, histórica e política. No campo
literário e cultural a experiência feminina sempre vista de forma não valorativa
justifica o surgimento, em meados do século XX, de acções no sentido de
conscientizar (sic) os indivíduos da necessidade de desconstruir a opressão e a
marginalização da mulher – construída ao longo da história. Isto é o que se
chama de feminismo, um movimento político, social e filosófico que pregava a
igualdade social entre os sexos, com o intento de eliminar qualquer dominação
sexista e de transformar a sociedade. (idem)
Na literatura, a
hegemonia masculina também se revela como um legado duradouro, já que, embora a
autoria feminina esteja em pauta nos debates sobre literatura nas últimas
décadas, ainda encontramos resistência na sociedade, seja no estímulo à
produção, oportunidades para publicação ou mesmo divulgação de seus escritos.
São marcas de um passado patriarcal e machista, que não reconhecia, na figura
feminina, capacidades intelectuais para actividades de cunho científico e
criativo (Casarin, pag.40).
No contexto moçambicano,
indo mais para o hodierno ou para a actualidade, importuna-nos trazer o
presente recorte “É mais fácil acreditar num jovem escritor homem do que numa
jovem escritora mulher, apesar de que para os dois há uma grande dificuldade em
lançar um livro”, de uma escritora emergente Amélia Matavele, testemunho
deixado pela escritora no sexto "Encontro de Escritores Moçambicanos na
Diáspora” ocorrido a 05 de Julho de 2013, na Fundação José Saramago, em Lisboa.
Estes são alguns
aspectos que podem ser levantados a cerca da literatura no feminino, que concebemos,
no presente termo, como aquela feita de mulheres. No entanto, par nos
elucidarmos melhor, no último sábado do mês corrente, 24 de Abril, as 18h de Moçambique,
a autora de O regresso do Descontente vai
dar o depoimento, na primeira pessoa sobre a Literatura Moçambicana no
feminino. Ansiamos também que nos elucide sobretudos dos desafios e perspectivas
ao longo da carreira.
Casarin, J. (2019). LITERATURA
DE AUTORIA FEMININA CONTEMPORÂNEA E RESISTÊNCIA: O MOVIMENTO MULHERIO DAS
LETRAS. Dissertação apresentada como requisito para obtenção do Título de
Mestra em Letras na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões – URI, campus de Frederico Westphalen. Área de concentração: Literatura
Comparada.
ROSSIN, T.C.N. (s/d). A CONSTRUÇÃO DO
FEMININO NA LITERATURA: REPRESENTANDO A DIFERENÇA. PDF disponível em https://publicacoes.unifal-mg.edu.br/revistas/index.php/tremdeletras/article/download/459/360/
[11:13, 16/04/2021.
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