Espera por mim
Durma é o que te peço.
Estou nesta causa deserta na qual
verdades adormecem
Suspirando, vivendo que mimos, a Deus que pertencem
Minha alma devaneia assombrada na saudade de teus versos, hábitos meus
No clarão da lua, no fresco da viração do dia vago transparente. Céus.
Durma é o que te peço.
O deserto ainda é longo, a saudade é brava
O mar molham-me canos, o sol suga-me a pele
Tenha como certo, no areal frio das noites, palpito sonhando teus negros beijos
Como um mostro, uma carne sem morte, certamente surdo sego.
Durma é o que te peço.
Que eu adormeça nas ondas do vento nos ares que fitas
Ó deusa minha, não a acordes ó deuses. O deserto ainda tão longo, e o ar na matina é tão frio
No orvalho vagante que esquenta o suor no duro tédio
Que aos irmãos os canos os olhos o sono tão longe os fechou.
Durma é o que te peço, espera.
Talvez apareça suando
Nos longos suspiros desta pátria causa
Talvez eu volte a estes teus lábios, tuas faces
Talvez em uma caixa. Tudo passa e o passado nas memórias sem vida. Correndo
Durma é o que te peço.
que as lágrimas não te orvalham a pele
Espere, espera por mim nesse deserto
… Acorde quando dormes…
Meu poema
Oh! Meu poema de lábios fechados
Fala-me de ti
Quero sentir-te
Ao murmurar-me o pensamento
Nos meus dedos o palpito do peito
Meu doce poema de amor!
Oh! Meu poema de amor
Fala-me de ti
Neste livro sem folhas escritas
Quero saber, sentir, sentir-se a viver
Respirar sequer
Páginas de amor sobre meu peito…
Oh! Meu poema, já durmo
Deita-te no meu peito
Meu amor meu amante
Minha paixão, meu fogo meu amigo
Derrame tuas notas a este pobre verso, sequer
Virgem papel, sequer
Esqueça-me nos mais belo sonhos.
Dos tempos
Vim dos tempos a este templo sagrado
Sem cor sem raça ao fumo de incenso do agrado
Buscando silêncios em destinos lavrados
Num só mundo, só chuva, só sol num só peito cravados
Ajoelhado rezei, pedindo na interseção do santo poeta Fernando Pessoa
Que concedesse ao menos um amor silêncioso que vagaroso soa
Sem mais, vi que o peito ardia, no entanto lembrei-me do Camões
Dos seus santos versos que falam sem ser notados blindados de canhões
Assim que dos dois ascendidos as preces
De imediato a boca aos lábios fechou-se e o peito rasgou-se de fogo.
Assim escrituras cumprisses.
Ao amado Anacleta (Otildo)
Soldado que sou, só que estou
Correndo deste cálix vou
Tão sozinho tão vazio eu pensei
Que a briga fosse minha que achei.
Desta vez está certo
Nada ainda imperfeito
Destas canetas decalcamos os ventos
O que nos lembra velhos tempos, antes mortos.
Meu amigo desta vez eu te digo
Virgem papel ao mais ego mendigo
Decalco aos mais profundos, nossos sorrisos imundos.
Receba deste “Terrestre” distante destes mundos
Abraços e saudades, dos copos e bebidas que padeço
Kanimambo e kateka. Foi boa oração, levo ao espaço.
Por Leonel Versos Vidas…
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