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Mensagens

O diálogo entre a pintura e a escultura

 * Por João Baptista Ita das Dores Ita das Dores e Aparício Cuinica brilharam no palco do Tindzila, expondo os seus trabalhos e explicando as técnicas que usam para darem ornatos às suas artes. A conversa moderada por João Baptista teve lugar neste sábado, 26 de Agosto, no maior grupo de promoção do livro, da leitura e das artes: Projecto Tindzila. Ita, diminutivo de Maita, é pintora e cantora. Tem 19 anos de idade. Segundo a artista, muita gente confunde o seu nome com pseudónimo, porém, é simplesmente um ortónimo. Ela começou a desenhar na primária e complementado no ensino secundário. Como Narciso da Grécia Antiga, Ita das Dores inspira-se nela própria e tudo em sua volta vê com beleza. Aparício Cuinica Por outro lado, Aparício tirou-nos a dúvida se ele é pintor ou escultor. Cuinica, cognome e nome artístico, assume-se escultor, conquanto que reserva tempo para pintar também. Ele descobriu ao longo da caminhada que não era com cores que queria trabalhar, mas sim com coisas e objecto

A comunicação literária: um olhar sobre os romances de Clemente Carlos e Benigna Uate

  Por João Baptista Clemente Carlos e Benigna Uate são dois escritores moçambicanos que o Tindzila recebeu no dia 23 de Agosto. Numa moderação de João Baptista, os escritores em alusão debruçaram-se em torno dos seus livros *Três primas vendidas a dinheiro vivo* e *Sujei as unhas com sangue*, publicados em 2021 e chancelados pela Inter Escolas Editores. Se Dan Brown teve um sublime professor de simbologia e seu nome Robert Langdon aparece em todos os seus livros como protagonista, Clemente Carlos relembra o seu professor na África do Sul, que fazia apelos à leitura e, a partir da leitura, surgiu o gosto pela escrita e a primeira aparição em livro foram as três primas vendidas a dinheiro vivo, o primeiro da trilogia. Se o mote da conversa foi "comunicação literária", descodificada em Emissor (escritor) + Mensagem (obra literária) + Receptor (leitor), afinal, o que retrata esse livro? Bom, surpreende-nos o facto de o livro ter sido escrito em 10 anos, algo muitíssimo raro nos ú

A escrita é uma forma de aprendizagem

Por João Baptista Tindzila conversou nos dias 19 e 22 de Agosto com os escritores Geremias Mendoso e Maya Ângela Macuácua, autores dos livros *Quando os mochos piam* e *Diamantes pretos no meio de cristais*, respectivamente. As obras em alusão foram vencedoras no concurso Literário Fernando Leite Couto (2022), na edição dedicada à prosa. Os debates foram moderados por Kalbe Langa. Para Geremias Mendoso, personificar animais nos seus livros revela a comunicação deles e a interpretação dos africanos, acreditando que o piar dos mochos é a premonição de algum infortúnio. Ele aprendeu com a mãe, desde a infância, que os animais transmitem alguma informação e muitas vezes recai para o mau agoiro. Parece-nos que esta crença não se restringe aos africanos, se quisermos pensar no escritor timorense Luís Cardoso com o livro *Olhos de coruja, olhos de gato bravo*. Ou se quisermos descodificar o notável poema *O corvo* (1845) de Edgar Allan Poe. Contudo, é tendência essa crença tornar-se mau press

Em Moçambique, poucas editoras acreditam que um livro de texto dramático pode vender

 ** Por João Baptista No dia 17 de Agosto, Dia da SADC, o Projecto Tindzila conversou com Emerson Mapanga sobre o seu livro de estreia *Padecer das rosas*. O debate foi moderado por Adilson Sozinho. *Parecer das rosas* já é em si uma peça teatral. Existe peça teatral escrita e peça teatral em cena. Esta última é o espetáculo em palco. O texto que resultou neste livro já foi levado à cena. Foi montado um espetáculo no ano de 2019. Este livro nasceu da adaptação do romance *A Rosa Xintimana* de Aldino Muianga, daí a ligação das personagens do livro de Emerson Mapanga e Aldino Muianga. Quem lê esses dois livros consegue compreender as vivências da sociedade, a natureza africana e as suas culturas. O teatro alimenta-se da vida e, como a vida, Padecer das rosas é uma obra cheia de interrogações.  Quanto à questão da personificação das personagens, Emerson acredita que todas as personagens construídas surgem dentro de uma base que pré-existem em escritores e dramaturgos. E a opção de escreve

Emerson Mapanga sobre o seu livro de estreia

  Pelas 20h30, conversa com Emerson Mapanga sobre o seu livro de estreia Padecer das rosas. Moderação: Adilson Sozinho *Biografia do orador* Emerson Job Mapanga nasceu em 1982, em Maputo. É licenciado em Teatro pela Universidade Eduardo Mondlane e pós-graduado em Psicopedagogia pela Universidade Pedagógica de Maputo.   Trabalhou como professor nas aldeias de Pfukwe e Chinhequete, no Distrito de Mabalane, em Gaza. Também trabalhou na Escola Comunitária Ntwananu, onde, para além de ser professor, desempenhou a função de director da escola, na cidade de Maputo. Participou na elaboração de módulos para o ensino à distância PESD2. Fez estágio profissional como docente na disciplina de Didática de Educação e Expressão Dramática no curso de Licenciatura em Ensino Básico, na Universidade Pedagógica.   Teve participação como actor e encenador na Associação Girassol. Participou da formação de vários grupos como encenador, dramaturgo e actor. Actualmente, é professor primário no dis

O nível de desenvolvimento humano deve ter uma proporcionalidade directa com o nível de leitura de um povo

 *Por João Baptista  Nesta segunda-feira, 14 de Agosto de 2023, o Projecto Tindzila recebeu no seu grupo de WhatsApp e conversou com Venâncio Mondlane, deputado da Assembleia da República e leitor assíduo de livros. O debate foi moderado por Matilde Chabana, tendo como tema de conversa "A leitura como um segmento para o desenvolvimento humano". Segundo o orador, ao longo destes seus anos de leitura e de convivência, percebeu que é muito importante ler, todavia, é muito mais importante partilhar esta leitura e ter tempo para assimilar a mesma leitura como um factor de transformação pessoal. Para Venâncio Mondlane, a leitura só ganha sentido no ser humano quando ele apreende, isto é, ele lê e medita o que está lendo; e a leitura transforma a forma de ser, a visão do mundo, o campo/universo emocional e até o próprio ser. Quando a leitura consegue alcançar isso, essa leitura é útil. Segundo Venâncio Mondlane, "o nível de desenvolvimento humano deve ter uma proporcionalidade

A Literatura Produzida em Cabo Delgado: Estágio, crises e desafios

   Por: Adilson Sozinho Uma sugestão que nos foi trazida pelo projecto Tindzila para 13.08.2023, na plataforma, WhatsApp. Conversa moderadora pelo João Baptista e tendo como oradores três estudantes universitários de Cabo Delgado, nomeadamente, Idália Bata, Gildo Malodelo e Albertino José. Sobre a Literatura produzida em Cabo Delgado, os oradores trouxeram de forma sintética as percepções que se seguem, no entanto, antes de mais, salientar que os três jovens, são naturais e residentes em Montepuez, um dos distritos mais belos e atractivos da província de Cabo Delgado depois de Pemba. É um distrito com uma densidade populacional considerável. Foi estratégico conversar com os jovens deste distrito que alguns consideram possuir uma das maiores cidades da província, se não, a maior, deixando para trás até a cidade de Pemba. O JB questionou à Idália sobre o estágio da literatura em Cabo Delgado, a qual se espelhando no seu distrito respondeu: “Cabo Delgado é uma província esquecida em ter