Para quem, como eu, tem acompanhado, ao longo de mais de quarenta anos, como professor e, acima de tudo, escritor, o percurso da Frelimo, em tanto que Frente de libertação de Moçambique e, subsequentemente, como Partido de orientação marxista, desembocando em Partido sem estratégia ideológica, estas eleições não me surpreenderam de todo. Ao acompanhar a leitura dos resultados feita pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições, veio-me à mente a durabilidade no poder de um outro partido do sul global, o PRI (partido revolucionário institucional), do México, que esteve no poder entre 1929 e 2000. 71 anos no poder. Longo e asfixiante tempo! As críticas que se faziam, nas sucessivas eleições, centravam-se na fraude eleitoral, na sucessiva repressão contra os eleitores, na sistemática violação dos princípios democráticos, na falta de lisura no trato da coisa pública. Tal e qual a nossa situação. A propósito, o grande Poeta e intelectual mexicano Octávio Paz, dizia, com a linguagem q
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