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Mensagens

O livro “Chãos e outras arritmias”, de Francisco Guita Jr., será apresentado no dia 19 de Maio

 #galagalaeventos “Terra da boa gente” recebe “Chãos e outras arritmias”, livro de poemas de Francisco Guita Jr. O livro “Chãos e outras arritmias”, de Francisco Guita Jr., será apresentado no dia 19 de Maio, pelas 17:00h, no Hotel Escola, cidade de Inhambane. A obra, vencedora ex aequo do Prémio de Poesia Reinaldo Ferreira 2022, iniciativa da Gala-Gala Edições, será comentada pelo poeta Momed Kadir, um dos fundadores do caderno literário “Xiphefo”.  O Prémio de Poesia Reinaldo Ferreira, em edição única, visava assinalar as comemorações do centenário do poeta Reinaldo Ferreira (1922-2022), que realizou toda a sua obra em Moçambique.  Sobre “Chãos e outras arritmias”, de Guita Jr., de acordo com júri, a poesia é encantadora, que faz corpo com o chão, com a terra, carregada de sensualidade; é, também, uma poesia que engloba o cosmos, numa vertente suportada pelo amor mesmo quando se lhe denota um certo desencanto do sujeito poético em relação às questões existenciais. Uma poesia firme, m

O meu pedido de desculpas à minha prole

 Por: Lo-Chi (Hélder Muteia) retirado de um grupo do Whatsapp e facebook Escritor Zambeziano O meu pedido de desculpas à minha prole. Se eu soubesse o que sei hoje, aos dezasseis anos teria feito vasectomia.  Isto não é um país que uma pessoa decente possa deixar aos filhos.  Um estado repleto de contradições das mais cruéis.  Completamente libertino onde deveria ordenar.  Extremamente prepotente e violento onde deveria escutar, no momento e onde ser mandão, pede cooperação.  Resultado: este caldeirão explosivo em fermentação, cuja combinação química é completamente imprevisível e inominável.  Não vos preparei para este pesadelo, meus filhos.  Reconheço! O desordenamento começa no ministério de educação, deseducando, em consequência o sistema completamente viciado.  E acaba na estrada, onde as regras foram levadas a obsolência, sem nenhum decreto, ficando numa espécie de vacatio legis.  Reparem bem, meus filhos, que evoluímos para era dos símios, onde vale a força do mais forte.  De pe

Lançamento da fase Provincial do IX Festival Nacional da Cultura

  Alusivo ao Lançamento da fase Provincial do IX Festival Nacional da Cultura ocorrido na cidade de Inhambane, província do mesmo nome, a editora Massinhane fez-se presente para expor os seus serviços editoriais, e não faltou também a exposição ao público dos seus nobres títulos e não só. Salão multiuso do Instituto Comercial Eduardo Mondlane - cidade de Inhambane A cerimónia orientada por Sua Excelência Governador da Província Daniel Chapo, contou com a participação de diversas figuras públicas da Província, dentre representa de diversas instituições do Governo Central e Distrital.  O destaque também foi para os artistas expositores e encenadores que representaram com excelência as suas manifestações artísticas. #livros#exposi

...“cresceram sem poemas e prosas/ atrás de bois a puxarem carroças”...

 Estou na Cidade de Xai-Xai, onde moro há quase 10 anos. Daqui onde pouso o corpo, consigo contemplar o azul do mar, o cheiro forte do sal, e o som miúdo das ondas, fazendo cócegas ao tempo. E as árvores abanam as cabeças como se concordassem com alguma coisa. Talvez este clima de pássaros e pedras no horizonte, o brilho indelével das algas perto da espuma, não de água, mas de uma entidade marinha que só esta praia tem. Digo, as mil mulheres caminhando como cavalos, os pés esculpidos à carne, tacteando a areia fina, que lembra barcos fora do poema. Não estou sozinho, quase nunca estou só, embora precise de um momento para ler um livro ou escrever uma biata de verso, nunca é possível, tenho amigos que já se tornaram irmãos. E é com eles que divido a luz que teço nesta tarde de puro sol. E mais que estar acompanhado por pessoas, tenho, não ao meu lado, mas dentro de mim, a nova música de Dynâmico El Capitine, uma espécie de quem tem o sangue a circular em suas veias, ou um fumo que sopra

MOSTRE-NOS O SEU TALENTO!

  Pela celebração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, temos dois livros para oferecer às duas pessoas que se revelarem mais criativas neste passatempo. Você está pronto para ser o(a) vencedor(a)? Então presta atenção à regra:   ESCOLHA UM VERSO DESTE POEMA E CRIA UM TEXTO OU MESMO UM POEMA COM AS SUAS PALAVRAS (MÁXIMO 50 PALAVRAS)   "Tão discreta, tão frágil, tão efémera, assim me encanta e me comove esta límpida alegria, tão leve, tão clara, nascendo flor de jacarandá, tão frágil e discreta.   (…)   Explosão de leveza e claridade do céu em busca de nova tonalidade.   Um céu em miniatura e filigrana de lilás – obra de um deus mensurável."   Fernando Leite Couto Excerto do poema Jacarandá, 1984   É FÁCIL NÃO É? VAMOS CRIAR E ESPALHAR TALENTO! DIZ MUITO COM POUCAS PALAVRAS. (MÁXIMO 50 PALAVRAS) *O texto tem de ser colocado nos comentários na página do Facebook da Fundação Fernando Leite Couto*   Passatempo válido somente para Moçambique até às 23h59 do dia 23 de Ab

Prelúdio pós mortem em (de) R(apper) maior

  Por Zeferino Ngoenha.  Em Janeiro escrevemos a vida post mortem de Cabral, em Fevereiro a vida post mortem de Mondlane, em Março o réquiem em bro (Carlos Carvalho) maior, em Abril, vistas as mórbidas circunstâncias, estávamos para salmodiar um réquiem em R(apper) maior. Porém, a – ainda curta – vida post mortem de Azagaia (que desnuda as contradições da nossa sociedade e as dissonâncias graves entre o povo e o seu governo) está a suplantar a sua existência histórica. No cerne dos acontecimentos em torno do seu falecimento e da celebração da sua vida, está subjacente um debate ligado à busca da verdade e da justiça. Infelizmente a filosofia chega sempre tarde (...), ela aparece no tempo depois que a realidade completou o seu processo de formação (Hegel). No processo de compreensão da condição histórica, as artes chegam primeiro: Homero antes de Platão, Langston Hughes antes de Alain Locke (Black Renaissance), Césaire antes de Hountondji ou Craveirinha antes de Castiano. Mas as artes i

CABEÇA NA LUA: o Degrau Primário de Polimento dos Sentidos da Arte

  «Andas com a cabeça a roçar os céus, Miguel» disse o professor enquanto tentava enclavinhar os ombros e os papéis grisalhos entre o canto da sala e a onda fina da chapa de zinco. Havia chuva sobre o tecto e o chão ensopava-se convulsivamente. «Tenho uma estrela… uma, duas, três…E brinco com elas uma de cada vez» retorquiu ele ainda naquele jeito evasivo de meninice. «Isso ¬é poesia…e tu não vais continuar a brincar os versos». Contestou o professor maravilhado e enternecido. Faltava a intimidade – uma coisa de difícil achar entre um poeta e um vulgar [termo que ele mesmo, em contextos de ensino de aulas de literatura empregava para designar a todo Ser destituído de sensibilidade artística. Sim. Chamava ele de VULGAR. Para ele um Ser humano tinha que ser poeta e/ou viver à poesia. Bastava-lhe isso só para fiar uma conversa…uma conversa sem rabugices]. O meio já não permitia para continuar com as abrangências. E socorreram-se eles naquele canto para desferir aquilo que comummente se ch