Ao abrir porta da sala, ouvi passos leves e firmes em minha direcção, num repente, a imagem impressa da Clara, surgiu-se-me discreta nos olhos. Um vulto de vento repentino conduziu-nos ao interior da casa. A espontaneidade levou a contorcer a coluna à abaixo para receber a Clara. Aos poucos, vi envolvido o meu pescoço em seus braços macios. “Sentir os pequenos braços de Clara no pescoço, é tudo que preciso depois de um dia longo de trabalho”. Cogitei. Clara sempre foi o meu consolo, a minha luz no escuro, meu amparo, único e verdadeiro motivo que me mant ém viva. “Ela só tem sete anos e, a única que me entende. Talvez seja por ter saído do meu ventre e não me julga como muitos o fazem.” Imaginei. Para Clara eu não precisava explicar-me. Fingir. Para Clara eu podia falar tudo e ainda chorar em seu ombro. Embora eu me expressasse sempre quando a acompanhava no seu sono, eu sabia que no fundo, mas bem no fundo ela me escutava. Para Clara não precisava mostrar e nem prov
Projecto Tindzila é uma iniciativa cultural, sem fins lucrativos, vocacionado na dinamização da cultura, com destaque a promoção da literatura e, sediado na província de Inhambane, concretamente no Distrito de Inharrime, tem realizado diversas actividades viradas ao desenvolvimento literário, assim como para o desenvolvimento artístico no seu contexto generalizado de belas artes