Luiz Eudesé de Sátiro Dias, Bahia -Brazil.
Colunnista convidado
A tarde vai embora lentamente. Um homem, acompanhado da sua filha, para o carro na praça. Há moças na calçada de uma casa, uma delas os convida a entrar e ao abrir a porta da sala um mundo encantado surge num momento mágico: é o presépio que há muitos natais faz brilhar de encantamento os olhos das crianças.
A lapinha foi criada para homenagear o Menino Jesus e a alegria da sua criadora é receber as crianças que todas as noites de dezembro visitam a sua casa e, atentas, observam o músico anunciando por seu tambor a chegada de Papai Noel. No presépio há um convívio fraternal do animado gorila com o pacato burrinho, do cantante pássaro azul com as silenciosas borboletas, dos peixes e cobras que, de longe, miram os animais sagrados: a vaca e a ovelha, o galo e o jumento.
É noite de Natal e no centro de tudo está a representação do nascimento de Cristo. O presépio é montado seguindo uma tradição iniciada por São Francisco no século XIII.
Pai e filha estavam encantados com tudo aquilo. O pai lembrava de antigos natais quando vinha com os seus amigos e ali ficavam horas a contemplar, alegrando-se com tudo. A menina também se sentia assim. A sala foi invadida por uma pequena multidão de curiosos. As crianças chegavam e atrás vinham os seus pais que também queriam participar da festa.
O pai lembrava de quando ia aos grotões dos Pilões buscar ramas de barba de velho, catava pedrinhas nas barrancas do açude, cessava areia da velha praça empoeirada e apanhava barro tauá no Barrocão para fazer as imagens que enfeitavam a lapinha de uma das suas irmãs.
E como era bonito tudo aquilo!
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