Sentamo-nos para bisbilhotar a música que soa entre o tamborilar do silêncio da casa e o espicaçar do vazio da rua, uma réstia de sombra trouxe-nos o encalço do voo, e a parida era incerta até que ante uma jovem poeta se reanimou a asa da conversa, foi neste bater de asas que nos saiu este mini diálogo de amaras e sonhos.
E o diálogo foi a ganhar vida na tentativa de arrancar da gaveta os silêncios sagrados dum sonho adiantado, desta jovem-mulher, nascida num dos subúrbios de Maputo cidade. No ano de 1999. Conclui o ensino médio no ano de 2017. Como ela contou-nos: apaixonei-me pela arte quando criança, eu rabisco desde aos 9 ou 10 anos de idade. No ano de 2014, começo a participar em alguns concursos de caligrafia, leitura na escola secundária (com sucesso sai vencedora em alguns) 2019 foi o ano em que concorri com insucesso na batalha de poesia Moz SLAM, e no concurso Festival de poesia da Universidade pedagógica com sucesso ganhei: na categoria de melhor tema inovador. Nwatshukunyane Khanyisane nome tradicional e pseudônimo de Marlen Daisy Lourenço Chaúque. Actualmente faz parte do movimento: SPHS (seja a poesia que há em si) e trabalha no blog e na pág. Massala arte.
A conversa com Nwatshukunyane Khanyisane, foi reveladora de alguns segredos que muito de nós, senão os mais chegamos, desconhecíamos ao dizer-nos que Além da escrita, o desporto sempre esteve em destaque. No sétimo ano de escolaridade joguei futebol nos jogos escolares.
Sem perder a estrada da conversa, voltemos ao caminho (tindzila em língua, Chope (cicopi)). Trouxe-nos também, a poeta, no painel as suas percepções sobre as diferenças de poesia e poema, onde argumentou: Poema para mim é toda composição literária textual. Poesia é o sentimentalismo do texto, que expressa o "eu" poeta.
Sobre o ser e não ser poeta, deixou-se a argumentar: Como diz o poeta lusitano Fernando Pessoa: poeta é um fingidor.
Eu acrescento dizendo poeta é: sonhador. Ele anda com a poesia em seus pés, por isso Eduardo White p'ra mim é um poeta sonhador e louco.
Na provação feita ao longo da conversa, fizemos a seguinte colocação: “se pudesse trocar a poesia, trocaria por mais alguma coisa? E ela, colocou-se contundente nos dizeres: Não. Porquê poesia é alma, que carrega o sopro que faz respirar o meu barro.
Não faltou aquela sede de associar as peugadas históricas com a sua poesia. Pois, a estrada que se trilha é espinhosa e salgada. Contudo, ela tem gosto de mel no final. Ao que nos respondeu que: Alguns textos são fictícios e outros relatam histórias do nosso quotidiano, falo de situações sócio-politicos. E por outra falo do meu ser agnóstico, indago muito a Deus.
O seu sonho, como pessoa, poeta, ou rabiscadora como se assume encontra-se nestes dizeres: Eu sonho em realizar todos os meus sonhos. Num futuro distante, eu quero realizar o meu sonho de ter obras no mercado Moçambicano e no estrangeiro. Participar em antologias, e ter leitores das minhas obras.
Sobre o mercado nacional estar preparado ou não para receber novos escritores, colocou o desafio: Se está preparado não sei ao certo. Mas o que tenho visto é: a sociedade, ainda consome muito dos escritores da velha guarda, os escritores como: Álvaro Taruma, Hirondina Joshua, são menos lidos. Alguns de nós nem sabemos que estes existem. E acrescentou: O trabalho das editoras e escritores deve ser árdua, em divulgar as obras dos escritores da nova geração. É triste ver alguns escritores/poetas, levarem os seus exemplares ou textos publicarem nas editoras do estrangeiro.
Como considerações finais deixou ficar: Agradeço pela entrevista. Dizer ou aconselhar a todos poetas neófitos o seguinte: Não se pode escrever sem ter lido, ler é uma boa receita de confeccionar textos incríveis a serem lidos.
Entrevista feita por Jeconias Mocumbe
Uma entrevista fantástica. Forte abraço.
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