Matem-me com a força motriz. Matem-me como se estivessem lavrando a mente daqueles doentes absolutamente inconscientes. Matem-me como se estivessem esmagando as verdadeiras provas de que este mundo é um verdadeiro caos onde residem seres ligeiramente hipócritas, filhos da mãe. Seria burrice minha continuar a mergulhar na insensatez humana. Entrar no mecanismo que se intitula racional em cada ventilar estético que cega os olhos deste mundo surdo e mudo.
Quando a morte alia-se ao vento é como o sol e a lua a morrem. Renascem e conjugam-se constantemente no ondular da vida e, a amizade infinita é o ar que respiro/ expiro. Saudei a morte pela primeira vez quando abandonei o peito da minha mãe e inspirei os odores da vida. Inda saudei a frieza daqueles homens que depois de libertar o meu povo foram diluídos em espírito de inveja e ganância. E morri. Nos olhos dos outros quando vi o meu vizinho matando a sua esposa, grande marxista vestindo seu slogan "onde há galo não canta galinha".
A cada dia vestia -me de luto por cada substância minha que morria. A revolução do tempo se foi tornando porta além, estrado maior. Falo da ruína do século 21 onde as mulheres também revoltaram-se contra a instrumentalização social e masculina. Dane-se o resto, elas também podem matar, podem roubar e, ainda vestirem-se do slogan "Inverso" sem contenda.
Esta é a minha era. O amor toma outro rumo e como o sexo, o desemprego não operam, abrigam-se. Decerto não é necessário diploma nem referência da essência que se esquece, a filantropia. Esta é sim a minha era, onde o dinheiro faz os homens e, os sonhos dos filhos ficam abarrotados ao faz conta.
Quando penso naqueles profetas e pastores que se ofendem. Choro, uma daquelas doses de lágrimas que engravidam as mulheres em plenas épocas de intempéries e, os olhos enchem-se de sal e desespero. Dói-me a alma, dói-me o coração cheio de ilusões de amor e paixão que só encontro naquele livro do William. -Será que não é o fim das eras? Sinceramente não consigo imaginar outro tempo depois do meu. Contudo, se existir, deixo aqui meus escritos para saudarem-me a titulo póstumo como saudo aos poetas da era que eu gostaria de ter nascido e/ou morrido. Antes da minha. No entanto, - Se eu voltar novamente. Matem-me!
Poetisa do amor pseudônimo de poetisa e declamadora Maria Raufa, nasceu na província de Gaza (Moçambique), tendo concluído seu ensino médio no actual distrito de Limpopo em 2015. Foi no mesmo distrito que descobre a sua paixão pela poesia.
Começa a declamar em 2009, e como escritora começa em 2014. Segundo ela "poesia é liberdade", a sua escrita traduz-se nessa liberdade.
O Farfalhar do silêncio é a sua obra de estreia lançada na sua terra natal Gaza no dia 17 de agosto de 2019 no conselho Municipal de Xai-Xai, chancelada pela editora Le-Livro e Grupo Xitende.
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