1.
1.
Sexo tem que ter sexo para existir
Ofereço rosas,
vivo loucuras,
janto,
farto-me
de carnes, poemas,
da mulher que, sem preconceito,
me suga o sexo da alma.
O sexo é outra
maneira de saudar nossos
antepassados.
De todos poemas que li dessa gente,
só me interessei pelo seu silêncio.
A pergunta que não quer calar, quanto tempo se
leva para se desvendar o silêncio do sexo dessa gente?!
O papel não precisa de sexo
para sentir a poesia entre suas pernas.
Talvez pense sobre "suas pernas" como
se não tivesse, conclua como quiser,
não é da minha conta, pelo menos te fiz pensar.
2.
A leitura ou lei'dura?!
Lia antes de saber ler,
lia como quem não soubesse, mas mesmo assim,
lia como se fosse Juiz de algum livro lido.
Lia porque podia ser eu,
nascer sem saber do que sabia.
Lia porque podia ler sem saber,
rir do idiota que eu era, por ler o que não lia.
A leitura fora vida, pois li para ler, ler o que li,
o que me lia, o que se lia, para sentir-me leitor.
Hoje, leio o que as palavras não me dizem, o silêncio,
as sombras. Leio, na verdade, o que finjo ser.
Todavia, estou cansado de ler o que não leio.
3.
Meti as mãos, ambas, no útero da palavra.
Fui seduzido pela sentença: homens não fazem
noites, homens caçam noites, homens são
de noites, amam, rasgam e gemem em noites.
Já não é igual,
o mundo é corvo, é sol,
a língua da língua
perdera coração
nas colinas do abraço.
Não sou mais o mesmo,
o Deus,
a sintaxe do indicador
adentra orgasmo épico da aranha
nacional: bebo a sede!
Que morte eu sou no que vejo.
Posso nada,
a vida deve estar decisor
do contrato grave do poema em alguma parte do poeta.
Luís Nhazilo (O poeta Sobrevivente), nasceu a 09 de Janeiro de 1997. É escritor, poeta-declamador, actor e activista social moçambicano. Licenciando em Psicologia escolar (Nee) na Universidade Eduardo Mondlane.
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