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Mensagens

Rescaldo do lançamento da obra de Vitorino Ubisse Oliveira com o título "Há Exorcismos em Njofane" no Centro Cultural Português da Beira.

  O evento decorreu no dia 14 de Dezembro de 2023 por volta das 17:30' e arrastou-se até aproximadamente 20 horas. A apresentação da obra foi feita por Adelino Timoteo, amigo de longa data do autor, a quem desde já ficamos honrados pela sua presença e prestação.  Revelou-nos de forma carismática o ADN das narrativas do Ubisse que buscam revitalizar factos duma infância e juventude que parece ainda lhes ser viva. Adelino Timóteo assume a escrita de Ubisse como imprescindível por ser concebida atrás da memória. Vai ser um aprendizado para as novas gerações e um momento de nostalgia para quem viveu essa época, assim nos transmitiu a sua confiança sobre as narrativas de Ubisse. Não é só a Beira que Vitorino Ubisse tentar revitalizar em sua obra, mas sim algumas figuras emblemáticas que marcaram a sua infância, adolescência e juventude enquanto esse beirense inconformado com algumas vivências do nosso dia-dia e um produto ainda em construção.  Vitorino Ubisse denuncia também em sua obra

A memória como matéria e substância da criação em Há exorcismos em Njofane de Vitorino Ubisse Oliveira

  O encerramento da Feira do Livro e Leitura de Inhambane, VI edição, culminou com a apresentação da obra de Vitorino Ubisse Oliveira, que se estreou no passado dia 27 com “Há exorcismos em Njofane”. Uma obra que busca resgatar o bom senso na resolução de diversos conflitos sociais segundo o próprio autor fez saber nas diversas entrevistas que deu na sua digressão pelas televisões nacionais. Vitorino Ubisse, nascido na beira antes Idai e residente na província de Inhambane, olha para a sua construção lírica como um fenómeno do tempo que se foi consolidando com memória. Tomando a memória como matéria e substância da sua criação. Embora considere ficcionadas as estórias por si contadas, há por detrás delas um quê da verdade desde o primeiro conto com o título “Coléra”, que se narra sobre a Beira antes Idai e que se encontra estendida entre a sua juventude e infância, até ao último conto, que dá título ao livro: “Há exorcismos em Nfone”. No livro desfilam contos como: “A triste si

6ª Edição da Feira do Livro de Inhambane

Comunicado  - Arranca nesta Quarta-feira, dia 25 de Outubro, a Feira do Livro de Inhambane, cujas actividades, na sua maioria, terão lugar na Praça da Marinha passando pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo, Guaya Guatu e Hotel Escola. A feira do livro vai se estender até ao dia 27 de Outubro, promovendo o livro enquanto instrumento de construção da sociedade. À semelhança das feiras anteriores, conquanto se adicione algumas novas actividades como: oficina de pintura voltada para crianças, música ao vivo e declamação de poesia, sessão de autógrafos com os escritores presentes, sessão de conversas, lançamento de livros, oficina literária voltada para crianças, excursão aos locais históricos da Cidade de Inhambane e roda de leitura para crianças.  Dentre vários convidados e intervenientes, farão parte desta feira Pedro Pereira Lopes, Francisco Guita Jr., Momed Kadir,  Maya Ângela Macuácua, Elcídio Bila, Mabjeca Tingana, César Nhaliginga, Otildo Justino Guido, Jeremias F. Jeremias, A

O diálogo entre a pintura e a escultura

 * Por João Baptista Ita das Dores Ita das Dores e Aparício Cuinica brilharam no palco do Tindzila, expondo os seus trabalhos e explicando as técnicas que usam para darem ornatos às suas artes. A conversa moderada por João Baptista teve lugar neste sábado, 26 de Agosto, no maior grupo de promoção do livro, da leitura e das artes: Projecto Tindzila. Ita, diminutivo de Maita, é pintora e cantora. Tem 19 anos de idade. Segundo a artista, muita gente confunde o seu nome com pseudónimo, porém, é simplesmente um ortónimo. Ela começou a desenhar na primária e complementado no ensino secundário. Como Narciso da Grécia Antiga, Ita das Dores inspira-se nela própria e tudo em sua volta vê com beleza. Aparício Cuinica Por outro lado, Aparício tirou-nos a dúvida se ele é pintor ou escultor. Cuinica, cognome e nome artístico, assume-se escultor, conquanto que reserva tempo para pintar também. Ele descobriu ao longo da caminhada que não era com cores que queria trabalhar, mas sim com coisas e objecto

A comunicação literária: um olhar sobre os romances de Clemente Carlos e Benigna Uate

  Por João Baptista Clemente Carlos e Benigna Uate são dois escritores moçambicanos que o Tindzila recebeu no dia 23 de Agosto. Numa moderação de João Baptista, os escritores em alusão debruçaram-se em torno dos seus livros *Três primas vendidas a dinheiro vivo* e *Sujei as unhas com sangue*, publicados em 2021 e chancelados pela Inter Escolas Editores. Se Dan Brown teve um sublime professor de simbologia e seu nome Robert Langdon aparece em todos os seus livros como protagonista, Clemente Carlos relembra o seu professor na África do Sul, que fazia apelos à leitura e, a partir da leitura, surgiu o gosto pela escrita e a primeira aparição em livro foram as três primas vendidas a dinheiro vivo, o primeiro da trilogia. Se o mote da conversa foi "comunicação literária", descodificada em Emissor (escritor) + Mensagem (obra literária) + Receptor (leitor), afinal, o que retrata esse livro? Bom, surpreende-nos o facto de o livro ter sido escrito em 10 anos, algo muitíssimo raro nos ú

A escrita é uma forma de aprendizagem

Por João Baptista Tindzila conversou nos dias 19 e 22 de Agosto com os escritores Geremias Mendoso e Maya Ângela Macuácua, autores dos livros *Quando os mochos piam* e *Diamantes pretos no meio de cristais*, respectivamente. As obras em alusão foram vencedoras no concurso Literário Fernando Leite Couto (2022), na edição dedicada à prosa. Os debates foram moderados por Kalbe Langa. Para Geremias Mendoso, personificar animais nos seus livros revela a comunicação deles e a interpretação dos africanos, acreditando que o piar dos mochos é a premonição de algum infortúnio. Ele aprendeu com a mãe, desde a infância, que os animais transmitem alguma informação e muitas vezes recai para o mau agoiro. Parece-nos que esta crença não se restringe aos africanos, se quisermos pensar no escritor timorense Luís Cardoso com o livro *Olhos de coruja, olhos de gato bravo*. Ou se quisermos descodificar o notável poema *O corvo* (1845) de Edgar Allan Poe. Contudo, é tendência essa crença tornar-se mau press

Em Moçambique, poucas editoras acreditam que um livro de texto dramático pode vender

 ** Por João Baptista No dia 17 de Agosto, Dia da SADC, o Projecto Tindzila conversou com Emerson Mapanga sobre o seu livro de estreia *Padecer das rosas*. O debate foi moderado por Adilson Sozinho. *Parecer das rosas* já é em si uma peça teatral. Existe peça teatral escrita e peça teatral em cena. Esta última é o espetáculo em palco. O texto que resultou neste livro já foi levado à cena. Foi montado um espetáculo no ano de 2019. Este livro nasceu da adaptação do romance *A Rosa Xintimana* de Aldino Muianga, daí a ligação das personagens do livro de Emerson Mapanga e Aldino Muianga. Quem lê esses dois livros consegue compreender as vivências da sociedade, a natureza africana e as suas culturas. O teatro alimenta-se da vida e, como a vida, Padecer das rosas é uma obra cheia de interrogações.  Quanto à questão da personificação das personagens, Emerson acredita que todas as personagens construídas surgem dentro de uma base que pré-existem em escritores e dramaturgos. E a opção de escreve