Avançar para o conteúdo principal

Rescaldo do lançamento da obra de Vitorino Ubisse Oliveira com o título "Há Exorcismos em Njofane" no Centro Cultural Português da Beira.

 


O evento decorreu no dia 14 de Dezembro de 2023 por volta das 17:30' e arrastou-se até aproximadamente 20 horas.

A apresentação da obra foi feita por Adelino Timoteo, amigo de longa data do autor, a quem desde já ficamos honrados pela sua presença e prestação. 



Revelou-nos de forma carismática o ADN das narrativas do Ubisse que buscam revitalizar factos duma infância e juventude que parece ainda lhes ser viva. Adelino Timóteo assume a escrita de Ubisse como imprescindível por ser concebida atrás da memória. Vai ser um aprendizado para as novas gerações e um momento de nostalgia para quem viveu essa época, assim nos transmitiu a sua confiança sobre as narrativas de Ubisse.



Não é só a Beira que Vitorino Ubisse tentar revitalizar em sua obra, mas sim algumas figuras emblemáticas que marcaram a sua infância, adolescência e juventude enquanto esse beirense inconformado com algumas vivências do nosso dia-dia e um produto ainda em construção. 


Vitorino Ubisse denuncia também em sua obra a perda de valores morais por parte da nossa sociedade, tanto que, o autor, alerta a necessidade de todos nos exorcizarmos dos diversos males que enfermam a sociedade. 

O exorcismo a que se refere, alerta Ubisse, não deve ser visto como aquele que se recorre aos ossículos, práticas obscuras, mas sim a acção de buscar soluções mais viáveis e éticas para os nossos problemas. Só assim podemos evitar a depressão, o suicídio, o homicídio e outras formas indignas ou forçadas de resolução dos nossos conflitos internos ou externos.



Foi uma data marcada por diversas ocasiões marcantes, daí que houve testemunhos, intervenções de felicitação, questionamentos por parte da heterogénea plateia composta por amigos, familiares, conhecidos, imprensa e pelo público na sua diversa segmentação que lá tinha ido para presenciar o lançamento.

Embora tenha-se destacado a cidade da Beira como centro de alguns fenómenos encontrados nas oito narrativas de Ubisse, vale lembrar que, não é apenas a cidade da Beira que o livro faz menção. Há nos contos referenciado alguns fenómenos que se passam na província de Inhambane, como se pode ver do título da obra “Há exorcismos em Njofane”. Njofane é uma localidade do Distrito de Govuro, província de Inhambane. 

Desde já, agradecemos calorosamente a Coordenadora do Camões - Centro Cultural Português na Beira e à toda a sua equipe por permitir que este evento decorresse sem sobressaltos e, não haveria outra melhor maneira que esta. 

Agradecemos ao apresentador e prefaciador da obra, na pessoa de Adelino Timóteo

Agradecemos ao público, amigos, familiares e conhecidos que se fizeram presente e testemunharam a vinda deste bebê de Ubisse.

Agradecemos aos artistas convidados que conseguiram animar a plateia e estendem-se os agradecimentos aos leitores de alguns trechos da obra e ao MC que soube coordenar os momentos com sagacidade.

Os agradecimentos estendem-se aos nossos leitores, autores e todos que acompanham a nossa página e com a promessa de ca voltarmos com brevidade. 

Votos de Festas Felizes e Um Feliz Natal.


#literatura

#Vitorinoubisse #massinhaneedicoes #leitura #CentroCulturalPortugues-Beira

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Em Moçambique, poucas editoras acreditam que um livro de texto dramático pode vender

 ** Por João Baptista No dia 17 de Agosto, Dia da SADC, o Projecto Tindzila conversou com Emerson Mapanga sobre o seu livro de estreia *Padecer das rosas*. O debate foi moderado por Adilson Sozinho. *Parecer das rosas* já é em si uma peça teatral. Existe peça teatral escrita e peça teatral em cena. Esta última é o espetáculo em palco. O texto que resultou neste livro já foi levado à cena. Foi montado um espetáculo no ano de 2019. Este livro nasceu da adaptação do romance *A Rosa Xintimana* de Aldino Muianga, daí a ligação das personagens do livro de Emerson Mapanga e Aldino Muianga. Quem lê esses dois livros consegue compreender as vivências da sociedade, a natureza africana e as suas culturas. O teatro alimenta-se da vida e, como a vida, Padecer das rosas é uma obra cheia de interrogações.  Quanto à questão da personificação das personagens, Emerson acredita que todas as personagens construídas surgem dentro de uma base que pré-existem em escritores e dramaturgos. E a opção de escreve

A Literatura Produzida em Cabo Delgado: Estágio, crises e desafios

   Por: Adilson Sozinho Uma sugestão que nos foi trazida pelo projecto Tindzila para 13.08.2023, na plataforma, WhatsApp. Conversa moderadora pelo João Baptista e tendo como oradores três estudantes universitários de Cabo Delgado, nomeadamente, Idália Bata, Gildo Malodelo e Albertino José. Sobre a Literatura produzida em Cabo Delgado, os oradores trouxeram de forma sintética as percepções que se seguem, no entanto, antes de mais, salientar que os três jovens, são naturais e residentes em Montepuez, um dos distritos mais belos e atractivos da província de Cabo Delgado depois de Pemba. É um distrito com uma densidade populacional considerável. Foi estratégico conversar com os jovens deste distrito que alguns consideram possuir uma das maiores cidades da província, se não, a maior, deixando para trás até a cidade de Pemba. O JB questionou à Idália sobre o estágio da literatura em Cabo Delgado, a qual se espelhando no seu distrito respondeu: “Cabo Delgado é uma província esquecida em ter

O nível de desenvolvimento humano deve ter uma proporcionalidade directa com o nível de leitura de um povo

 *Por João Baptista  Nesta segunda-feira, 14 de Agosto de 2023, o Projecto Tindzila recebeu no seu grupo de WhatsApp e conversou com Venâncio Mondlane, deputado da Assembleia da República e leitor assíduo de livros. O debate foi moderado por Matilde Chabana, tendo como tema de conversa "A leitura como um segmento para o desenvolvimento humano". Segundo o orador, ao longo destes seus anos de leitura e de convivência, percebeu que é muito importante ler, todavia, é muito mais importante partilhar esta leitura e ter tempo para assimilar a mesma leitura como um factor de transformação pessoal. Para Venâncio Mondlane, a leitura só ganha sentido no ser humano quando ele apreende, isto é, ele lê e medita o que está lendo; e a leitura transforma a forma de ser, a visão do mundo, o campo/universo emocional e até o próprio ser. Quando a leitura consegue alcançar isso, essa leitura é útil. Segundo Venâncio Mondlane, "o nível de desenvolvimento humano deve ter uma proporcionalidade