A memória como matéria e substância da criação em Há exorcismos em Njofane de Vitorino Ubisse Oliveira
O encerramento da
Feira do Livro e Leitura de Inhambane, VI edição, culminou com a apresentação
da obra de Vitorino Ubisse Oliveira, que se estreou no passado dia 27 com “Há
exorcismos em Njofane”.
Uma obra que
busca resgatar o bom senso na resolução de diversos conflitos sociais segundo o
próprio autor fez saber nas diversas entrevistas que deu na sua digressão pelas
televisões nacionais.
Vitorino Ubisse,
nascido na beira antes Idai e residente na província de Inhambane, olha para a
sua construção lírica como um fenómeno do tempo que se foi consolidando com
memória. Tomando a memória como matéria e substância da sua criação. Embora
considere ficcionadas as estórias por si contadas, há por detrás delas um quê
da verdade desde o primeiro conto com o título “Coléra”, que se narra sobre a
Beira antes Idai e que se encontra estendida entre a sua juventude e infância, até
ao último conto, que dá título ao livro: “Há exorcismos em Nfone”.
No livro desfilam
contos como: “A triste sina de Sagugu” o qual teria merecido um certo destaque durante
a apresentação da obra feita pelo escritor e poeta da praça Alerto BIa que, de
certo modo, chegou a arrancar risos da plateia pelo lado cómico da narrativa,
embora ela revele um destino triste a Sagugu e à parceira.
Há também para o
deite da narrativa simples e aberta de Ubisse o conto “Nuna wa Sumbi”, numa tradução
linear para português significaria “Esposo da Sumbi”, um casal que é arrastado
para uma traição inesperada obrada de forma premeditada pela Sumbi que, no
entanto, o casal acaba encontrado maneiras de resolver-se numa perspectiva
diferente a que o leitor poderá prever, sobretudo, tomando os eventos para um
lado machista.
Depois de “Nuna
wa Sumbi”, lê-se “Magurudje”, “Laço fatal”, “O quartel de Gumbisse”, “Pastor
Madoce” e por fim, o já mencionado conto, “Há exorcismos de Njofane”.
Destes oito
contos que compõem a rica obra de Ubisse, para quem o leu, lê-o e vai lê-lo, não
deixaria de fora tecer alguns comentários acesos acerca do “Pastor Madoce”, um
pastor enraizado num dos bairros da cidade de Inhambane que os locais/nativos,
assumem-no como Mafalala da cidade de Inhambane. Por que? Ubisse retrata isso ao
longo da sua narração. Retornando ao “Pastor Madoce”, um conto que revela as
mentiras dum pastor que acaba perdendo o seu rebando após desviar o dízimo dum
bom filho que teria regressado a terra natal e filantrópico que era, dera uma
parte dos seus ganhos em apoio a igreja dirigida pelo Pastor Madoce. E para aonde
foi o tal dinheiro? Só o que Ubisse contou revelar-nos-á.
As peripécias por
detrás dos desfechos nas estórias de Ubisse têm uma marca individual da sua
escrita, e quiçá, firme-se robusto no mercado literário nacional por conta
dessa peculiaridade.
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