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4 POEMAS DE ARMANDO ARTUR homenageado pelo Projecto Tindzila pelos 35 anos de carreira

URGÊNCIA É urgente inventar novos atalhos. Acender novos archotes e descobrir novos horizontes. É urgente quebrar o silêncio, abrir fendas no tempo e, passo a passo, habitar outras noites coalhadas de pirilampos. É urgente içar novos versos, escalar novas metáforas recalcadas pela angústia. É urgente partir sem medo e sem demora. Para onde nascem sonhos, buscar novas artes de esculpir a vida. ....... OS  FAZEDORES  DE  PROMESSAS Como destilar verdades nestas palavras com odor de mofo? Até eu poderia emprestar-lhes um ar de sândalo não fosse a febre noturna dos búzios. Há muito que os fazedores de promessas emigraram sem que ninguém os lembrasse dos gestos obscenos deixados para trás. Quantos sonhos cabem numa palavra? Quantos sonhos cabem numa cabaça? Diziam-me que o mundo era uma pertença de todos. E enganaram-me quando não acreditei. Pois as palavras já não enchem a panela de barro. Só o inverno sabe o quão é difícil suportar as folhas caídas nas estepes. Mas nenhuma ausência os entr

Armando_Artur, o convidado do Tindzila deste sábado

  Biografia de Armando Artur Armando Artur João (Alto Molócuè, Zambézia, 28 de Dezembro de 1962) é um poeta moçambicano. Fez em Alto Molócuè os estudos primários. Realizou os estudos secundários em Lichinga e Beira. Estudou e abandonou o Instituto Industrial de Maputo. É membro fundador da Associação Pan-africana de Escritores (PAWA), da qual é representante para Moçambique. Foi Secretário-Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos. Depois de ter sido Vice-Presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa exerceu igualmente o cargo de Ministro da Cultura de Moçambique. Possui obra dispersa em revistas literárias, livros didácticos, antologias e jornais nacionais, e outra traduzida e/ou publicada pelo mundo fora. Obras Espelho dos Dias (1986); O Hábito das Manhãs (1990); Estrangeiros de Nós Próprios (1996); Os Dias em Riste (2002) – prémio Consagração FUNDAC; A Quintessência do Ser (2004) – Prémio José Craveirinha de Literatura; No Coração da Noite (2007); Felizes as Ág

A pele que grita – apresentação do livro O silêncio da Pele

  Por Hirondina Joshua É um prazer grande estar aqui para apresentar o livro de um poeta que mora na terra dos meus avós. Já no começo com essa afinidade. A mesma que desloca na pele quando sou tocada por alguma coisa. Estava há dias a ler Simone de Beauvoir, numa frase que gostava de partilhar: “por vezes a palavra representa um modo mais acertado de se calar do que o silêncio.” Esta frase mostra os lados do silêncio: que é o de invocar (chamar em voz) e o chamar sem que essa voz se oiça.  Acho interessante como esta ideia surge traduzida neste livro de poemas. Otildo Justino Guido, veio com o silêncio da pele. Vejo a pele no poema do Otildo como sendo uma possibilidade de invocar, de trazer o recôndito para o inconsciente, como se fosse uma rota obrigatória, o fim das rotas. O maior órgão do ser humano cientificamente conhecido como epiderme, do grego, em cima da pele, a camada mais superficial da pele, ora, quer dizer que existe a pele que não vemos, por estar coberta de uma outra p

Quinta-feira de polémica

Caro membro, o Tindzila vai abrir, todas as Quintas-feiras, no seu grupo de WhatsApp, um espaço para apreciação crítica de textos poéticos e narrativos de quaisquer escritores. Se é "escritor" e acha que está preparado para receber uma crítica literária severa, pode partilhar seus textos para o pessoal da organização do Tindzila. No grupo haverá gente versada em Literatura (escritores e críticos literários) para julgar o que é texto literário e o que não é texto literário. O texto que tiver um pouco de LITERARIEDADE e que se aproxima à Literatura, o autor receberá sugestões para melhorar. O que partilhar sempre textos péssimos e com tendência à mediocridade, será aconselhado a meditar a vida para melhor discernimento. A pretensão é parar de receber textos medíocres e parar de ver gente a aplaudir o que não tem nada de Literatura. Ao aplaudir textos péssimos, está-se a matar e a iludir alguém que pode fazer melhor. Os textos devem ser enviados para os membros da organizaçã

Tindzila na Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane

  Por ocasião do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, houve um debate sobre o Livro e sobre o Direito do Autor, no dia 24 de Abril, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane, onde foi feita uma homenagem ao escritor Calane da Silva. O Tindzila fez-se presente com um pequeno acervo de livros. E representado por Jeconias Mocumbe, o secretário geral do Tindzila. Um encontro organizado pelo Clube do Livro em parceria com a Direcção Provincial de Cultura e Turismo de Inhambane.  #Projecto_Tindzila Unidos pela Lei-Tura

Reminiscências do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor

  Inharrime, província de Inhambane 23 de Abril é Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. O dia foi criado pela UNESCO para celebrar o Livro e salvaguardar os direitos de autor. Um dia como esse, em todo o mundo, várias actividades que catapultam o LIVRO e promovem o autor tiveram lugar. Não obstante num ambiente de restrições face à Covid-19. Em Moçambique, o dia foi solenizado, entre parênteses, com júbilo e pompa. Concentremo-nos, então, e com afinco, trazendo de forma esmiuçada os reflexos desse grande dia no distrito de Inharrime. No dia 23 de Abril, Inharrime foi o centro de cultura. ___ Rescaldo ___ A aurora do sol despontou e os livros foram expostos nas mesas de consulta. Às 09 horas do dia 23, o evento principiou com a entrada no local da cerimónia do administrador do distrito de Inharrime e, ao seu lado, o Director Provincial de Cultura e Turismo de Inhambane. A música deu início a festim do evento. Melhor, o festival. Cantores e guitarristas de Inharrime abrilhantara

Literatura Moçambicana no Feminino - TERESA TAIMO

 AGENDA   Literatura Moçambicana no Feminino - TERESA TAIMO A consolidação da literatura de autoria feminina, cuja trajectória, timidamente iniciada em meados do século XIX, ganha consistência no transcorrer do século XX, suscita, conforme têm demonstrado muitas pesquisas no âmbito dos estudos de género, novas possibilidades, inclui outras perspectivas sociais e amplia a gama das representações literárias tradicionais. (ROSSINI, pag. 01). Tradicionalmente, as mulheres foram consideradas como inferiores aos indivíduos do sexo masculino, não só na esfera cultural, mas também na social, histórica e política. No campo literário e cultural a experiência feminina sempre vista de forma não valorativa justifica o surgimento, em meados do século XX, de acções no sentido de conscientizar (sic) os indivíduos da necessidade de desconstruir a opressão e a marginalização da mulher – construída ao longo da história. Isto é o que se chama de feminismo, um movimento político, social e filosófico que