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Por Leonel Versos Vidas…

Espera por mim Durma é o que te peço. Estou nesta causa deserta na qual verdades adormecem Suspirando, vivendo que mimos, a Deus que pertencem Minha alma devaneia assombrada na saudade de teus versos, hábitos meus No clarão da lua, no fresco da viração do dia vago transparente. Céus. Durma é o que te peço.   O deserto ainda é longo, a saudade é brava O mar molham-me   canos, o sol suga-me a pele Tenha como certo, no areal frio das noites, palpito sonhando teus negros beijos Como um mostro, uma carne sem morte, certamente surdo sego. Durma é o que te peço. Que eu adormeça nas ondas do vento nos ares que fitas Ó deusa minha, não a acordes ó deuses. O deserto ainda tão longo, e o ar na matina é tão frio No orvalho vagante que esquenta o suor no duro tédio Que aos irmãos os canos os olhos o sono tão longe os fechou. Durma é o que te peço, espera. Talvez apareça suando Nos longos suspiros desta pátria causa Talvez eu volte a estes teus lábi

Quatro poemas do Álvaro dos Reis que desnudam algumas verdades.

Queixa Mama, Ouvimos tumultos e gritos Vindo de zimpeto, jardim, matendene e outros bairros circunvizinhos transpirando terrores causados pelos filhos da puta dessa pátria. As vozes queixavam-se mama porque sequestrava-se jovens e batia-se nas nossas mulheres e ainda vandalizavam as nossas infra-estruturas Eles, sem identidade Tiram-nos a paz em nome da pátria E os que deviam nos defender Nada fizeram minha mãe Greve Silencioso Irmãos, Irmãs, Amanhã de manhã, não precisamos ir trabalhar Lá em cima há maningue tiros Morem irmãos de pele irmãs de sangue e parentes da pátria. Eles nada dizem, desfilam em seus carros rugindo a ganância nas estradas das cidades Mas lá... Lá em cima há maningue tiros As balas caem como granidos e matam... Irmãos, Irmãs, Amanhã de manhã ninguém vai trabalhar Fiquemos nas nossas casas rogando como fez Craveirinha que a Maria reze pelos homens todos pelas crianças todas que tão cedo s

Poemas de Britos Baptista

1. Olhei a casa. janelas choravam uma cegueira qualquer. no chão, contorcia-se de dor uma porta do tamanho de dez. olhei de novo. olhei os olhos das paredes caídas. olhei o tecto quebrado nos braços da sala. vidros sangravam a guerra das bocas que se rasgavam aos delírios. gritei na nuca das luzes apagadas. olhei as sobras do meu olhar. vi, que antes da queda da magra porta, toda aquela casa da porta já tinha caído! então, as minhas mãos sorriram a preguiça dos meus pés!   2. Então, se te estendesse poemas, em folhas verdes nas mãos abertas do meu olá, será que não te seria Álvaro em algum campo?! mas, só sei ser nenhum poeta! dobro meus olhos. meto-os nos bolsões do medo. passo pelas ruas do teu rosto, como se passasse entre gordas pernas do vento.   3. Tento escrever um verso. um verso que me diga outro. chama-me, pela minúscula boca dos pés, esse poema, que mal (re)conheço o rosto. e

3 Poemas de Leonel Evaristo Chongola

1.   Temo-te como um gigante e estranho Que anuncia a cada aurora nesta escura alma uma nova era Na cadência que dilata o ar que respiro nesta bela sombra Que é um mundo um caminho. Quisera escrever-te idiomas que fossem o tempo Lugares que fossem cifras capaz de encerrar E apenas meus braços pudessem acariciar. Como brisa que sangra nos campos de batalha Em silêncio da noite vaga, símbolo de uma agulha Picante a razão perdida Como naquele dia entregue O Madeiro á morte… Azul virgem morte Pensei que fosse apenas um átomo inviável Nesta terra clausura neste mar azul céu azul Lágrimas transportes que refletem uma ideia Que aparece quando ris no ciclo perdido. Saber que existes Creu que respirando passas em vento oculto Abrasador entre os verdes ares que respiro. Escória dum soldado São lágrimas na qual vivo os melhores dias Surfando em aldeias inocentes numa causa insolente No meio de crianças que tiveram como alimento no seio

Poemas de Luís Amaro

Poema dos 20 anos a Reinado Ferreira Uma sombra passou na noite morta, ausente, indifinida, vindo ficar depois a minha porta, dentro da minha vica. é a lembrança dum sonho que sonhei la muito longe, incerto, envolto em brumas que chorando, amei perdido no deserto. no deserto perdido, entre fantasmas, só, na noite antiga e fria… nada mais resta do que cinza e pó da sua melodia. que lembrança triste me trouxeste, ó sombra vaga… confunde o teu perfil na noite agreste, a ver se enfim a minha dor se apaga! 23/VIII/47 A José Régio Na alta luz tao pura dos versos que deixaste procuro a voz que em mim, informulada, existe. procuro a voz das coisas da noite, ao abandono, quando o silencio oprime esta morada obscura ou alma, ser, deserto onde não chega nunca o Deus que nos teus ritmos presente esta. entanto a sede permanece, oculta, sufocada na teia que nos prende a vastidão dos dias… Dez.,1971

Poemas de Odjoh Molotov II

Vôo 97 Procurei ouvir de ti naquela Love Song O tapete voava pelas alturas e estávamos à sós De madrugada te cobria com o meu lençol À espera que amanhecesse e fosses o meu sol Mas amanheceu e acordei do sonho longínquo Tu és um clássico de cinema, nossa novela terminou no início Era tão mágico, tão terno, para descrever não havia termo Promessas de um eterno que tiveram término Uma nave que despencou sobre ganeira Um cintilar que limiou sem maneiras A ouvir um fim a falar suas profecias Como um poema dito sem poesia Destroços de um vôo mal concebido sobre solos Sóis idos em reflexão à volta do abandono Um coração ficou vazio, uma alma perdeu seu brilho Sussurros de dependência,   lá se foi o brio Fragmentos de uma devoção plena ao amor Que ao ir apanhar ar pela janela se foi Sem cartas de despedida, levou seu talismã Uma estima que paga guerra, um íntimo talibã Precisava Dormir Precisava dormir Mas não podia semti