Avançar para o conteúdo principal

3 Poemas de Leonel Evaristo Chongola


1.
 Temo-te como um gigante e estranho
Que anuncia a cada aurora nesta escura alma uma nova era
Na cadência que dilata o ar que respiro nesta bela sombra
Que é um mundo um caminho.
Quisera escrever-te idiomas que fossem o tempo
Lugares que fossem cifras capaz de encerrar
E apenas meus braços pudessem acariciar.
Como brisa que sangra nos campos de batalha
Em silêncio da noite vaga, símbolo de uma agulha
Picante a razão perdida
Como naquele dia entregue O Madeiro á morte…





Azul virgem morte
Pensei que fosse apenas um átomo inviável
Nesta terra clausura neste mar azul céu azul
Lágrimas transportes que refletem uma ideia
Que aparece quando ris no ciclo perdido.
Saber que existes
Creu que respirando passas em vento oculto
Abrasador entre os verdes ares que respiro.

Escória dum soldado
São lágrimas na qual vivo os melhores dias
Surfando em aldeias inocentes numa causa insolente
No meio de crianças que tiveram como alimento no seio de seus ventres
No meio das mães que se vendem por inocência do estômago o apego do alimento
No meio dos homens que perdem seus dias no silêncio do seu testamento.
São lágrimas que vivo a inocência dos meus dias
Onde frente a frente lado a lado os caminhos se cruzam
Formando dificuldades nascendo filhos de novo novos ladrões
E o celeiros maternal, febre que assassina vermes sobreviventes
Inocentes das suas vidas emprestadas…




 
Notas Bibliográficas do autor  
 foto

Chamaram-me de Leonel Evaristo Chongola e nem sei se esse é meu nome, de Inhambane- homoine (1995-10-04) de pequeno amei escrever versos vítima de amores naquela inocência escolar. Hoje na inocência das letras desejo construir a literatura deixando “uma gravidez por nascer”. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Basta, Agualusa! - Ungulani Ba Ka Khosa

À  primeira perdoa-se, à  segunda tolera-se com alguma reticência , mas à  terceira, diz-se basta! E é  isso que digo ao Agualusa, escritor angolano que conheço  há mais de trinta anos. Sei, e já  tive oportunidade de o cumprimentar por lá, onde vive há anos num recanto bem idílico da Ilha de Moçambique; sei que tem escrito tranquilamente nessa nossa universalmente conhecida ilha; sei, e por lá passei (e fiquei desolado), que a trezentos metros da casa de pedra que hospeda Agualusa estendem-se os pobres e suburbanos bairros de macuti (cobertura das casas à base das folhas de palmeiras), com  crianças desnutridas, evidenciando carências  de gerações de desvalidos que nada beneficiaram com a independência de há 49 anos. Sei que essas pessoas carentes de tudo conhecem, nomeando, as poucas e influentes famílias moçambicanas que detém o lucrativo negócio das casas de pedra, mas deixam, na placitude dos dias, que os poderosos se banhem nas águas  do Índico, deleitando-se com “selfies” e enca

“Amor como caminho de crescimento” em “Amei para me amar”, de Nyeleti - PPL

  Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.   É um não querer mais que bem-querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.   É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. — Soneto de Luís Vaz de Camões (p.31)   Livro “Amei para me amar”, da escritora Nyeleti, é uma obra que transcende os limites da literatura, emergindo como um importante documento que mescla a literatura, a sociologia e a psicologia. Será um livro de auto-ajuda? Um depoimento? Não cabe a mim dizer, mas a sua estrutura em muito  me lembrou os Doze Passos para o tratamento do alcoolismo, criado por Bill Wilson pelo Dr. Bob S. Dividido em 13 capítulos temáticos, como “Todos somos falhos”, “Quando e como amamos demais”  e “Por que dou mais do que recebo?, o livro se revela uma janel

Uma vista às eleições gerais de 2024 - Ungulani Ba Ka Khosa

Para quem, como eu, tem acompanhado, ao longo de mais de quarenta anos, como professor e, acima de tudo, escritor, o percurso da Frelimo, em tanto que Frente de libertação de Moçambique e, subsequentemente, como Partido de orientação marxista,  desembocando em Partido sem estratégia ideológica, estas eleições não me  surpreenderam de todo. Ao acompanhar a leitura dos resultados feita pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições, veio-me à mente a durabilidade no poder de um outro partido do sul global, o PRI (partido revolucionário institucional), do México,  que esteve no poder entre 1929 e 2000. 71 anos no poder. Longo e asfixiante tempo! As críticas  que se faziam, nas sucessivas eleições, centravam-se na fraude eleitoral, na sucessiva repressão contra os eleitores, na sistemática violação dos princípios democráticos, na falta de lisura no trato da coisa pública. Tal e qual a nossa situação. A propósito, o grande Poeta e intelectual mexicano Octávio Paz, dizia, com a linguagem q