O poema de Mukhwarura, presente na Colectanea Ocaso, oferece uma exploração sensível da interseção entre desejo, vazio e identidade. A primeira estrofe mergulha em uma linguagem visceral, onde o coração é personificado e se entrelaça com os elementos da casa e do corpo, criando uma imagem de intimidade e conexão física profunda. As metáforas intensas e o ritmo quase frenético refletem uma busca de prazer e uma sensação de deslocamento emocional.
Na segunda estrofe, o tom muda para um lamento mais introspectivo. O "abismal vazio" e o "clamar" pela presença do outro transmitem uma angústia existencial e uma busca por completude. A comparação entre a cidade e "dois cães fornicando" sugere uma crítica à superficialidade das relações urbanas, enquanto o desejo de conexão profunda é manifestado pela "lava quente" e as "melodias de guitarra."
O poema, portanto, delves na complexidade das emoções humanas e no desejo de encontrar um sentido autêntico e transcendental em meio à alienação. A utilização de imagens fortes e a construção de uma atmosfera carregada reforçam a ambivalência entre desejo e ausência, conduzindo o leitor a refletir sobre a busca por significado e conexão na vida quotidiana.
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