Avançar para o conteúdo principal

Otildo Justino Guido, Prémio de Poesia Judith Teixeira 2020

 

O escritor moçambicano Otildo Justino Guido consagrou-se vencedor do Prémio de Poesia Judith Teixeira2020 com a obra “O Osso da Água”.

 O Prémio de Poesia Judith Teixeira 2020, avaliado em 2500 euros (mais de 200 mil meticais), é atribuído pelo Município de Viseu e pela editora Edições Esgotadas, através da Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva, em Portugal.

“O Osso da Água” teve a melhor classificação entre 204 obras de poesia submetidas a concurso, por autores provenientes de vários países de língua portuguesa como Moçambique, Angola, Cabo Verde e Brasil. Por sua vez, o presidente do Município de Viseu, António Henriques, a atribuição deste prémio a um autor moçambicano reforça o sentido “da fraternidade da comunidade de língua portuguesa”.

 

OTILDO J. GUIDO

Otildo Justino Guido, de 22 anos de idade, nasceu no distrito de Homoíne, província de Inhambane. Co-mentor do Projecto Tindzila, Gestor do CC Palavra & Sol, frequenta o curso de Contabilidade e Auditoria na Universidade São Tomásde Moçambique, na cidade de Xai-Xai, Gaza.

 

Venceu, em 2019, o Prémio Fernando Leite Couto, avaliado em 150 mil meticais, com o livro “O Silêncio da Pele”(poesia). A obra foi ano passado publicada pela Fundação.  Otildo, também ficou em terceiro lugar no concurso de crónicas “Memórias do Idai”, onde participou com o texto “O Fogo da Água e o Peso da Fome”, concurso promovido pela editora Fundza.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Basta, Agualusa! - Ungulani Ba Ka Khosa

À  primeira perdoa-se, à  segunda tolera-se com alguma reticência , mas à  terceira, diz-se basta! E é  isso que digo ao Agualusa, escritor angolano que conheço  há mais de trinta anos. Sei, e já  tive oportunidade de o cumprimentar por lá, onde vive há anos num recanto bem idílico da Ilha de Moçambique; sei que tem escrito tranquilamente nessa nossa universalmente conhecida ilha; sei, e por lá passei (e fiquei desolado), que a trezentos metros da casa de pedra que hospeda Agualusa estendem-se os pobres e suburbanos bairros de macuti (cobertura das casas à base das folhas de palmeiras), com  crianças desnutridas, evidenciando carências  de gerações de desvalidos que nada beneficiaram com a independência de há 49 anos. Sei que essas pessoas carentes de tudo conhecem, nomeando, as poucas e influentes famílias moçambicanas que detém o lucrativo negócio das casas de pedra, mas deixam, na placitude dos dias, que os poderosos se banhem nas águas  d...

Gibson João José vence a 17ª edição do Prémio Literário José Luís Peixoto

  Gibson João José, natural da província de Inhambane, Moçambique, foi um dos vencedores do Prémio Literário José Luís Peixoto em 2024, na categoria destinada a não naturais ou não residentes no concelho de Ponte de Sor. O escritor conquistou o prémio ex aequo com a obra Em Vogais, ao lado de Paulo Carvalho Ferreira (Barcelos), distinguido pela obra Almanaque dos dias ímpares. Para Gibson, “ter vencido o Prémio Literário José Luís Peixoto | 2024 constitui uma enorme satisfação e, talvez, um bom sinal para quem conquista o seu segundo prémio e está a dar os primeiros passos nesta jornada de incertezas”. Acrescenta, ainda, que esta vitória é "também um marco na literatura moçambicana, que, nestes últimos tempos, tem-se mostrado vibrante e promissora, com autores novos que, a cada dia, elevam o seu país além-fronteiras”.O Prémio Literário José Luís Peixoto é atribuído anualmente pela Câmara Municipal de de Sor em 2006, tendo a sua primeira edição ocorrido em 2007. Segundo a organiza...

Uma vista às eleições gerais de 2024 - Ungulani Ba Ka Khosa

Para quem, como eu, tem acompanhado, ao longo de mais de quarenta anos, como professor e, acima de tudo, escritor, o percurso da Frelimo, em tanto que Frente de libertação de Moçambique e, subsequentemente, como Partido de orientação marxista,  desembocando em Partido sem estratégia ideológica, estas eleições não me  surpreenderam de todo. Ao acompanhar a leitura dos resultados feita pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições, veio-me à mente a durabilidade no poder de um outro partido do sul global, o PRI (partido revolucionário institucional), do México,  que esteve no poder entre 1929 e 2000. 71 anos no poder. Longo e asfixiante tempo! As críticas  que se faziam, nas sucessivas eleições, centravam-se na fraude eleitoral, na sucessiva repressão contra os eleitores, na sistemática violação dos princípios democráticos, na falta de lisura no trato da coisa pública. Tal e qual a nossa situação. A propósito, o grande Poeta e intelectual mexicano Octávio Paz, dizia...