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Mensagens

A mostrar mensagens de 2025

A Queda – Albert Camus (Ou a democracia como culpa colectiva?)

 A Queda – Albert Camus (Ou a democracia como culpa colectiva?) O meu contacto com Albert Camus deu-se quando era estudante de Filosofia na extinta Universidade Pedagógica – Delegação de Nampula. Comecei com “O Mito de Sísifo”, seguido de “O Homem Revoltado”. Mais tarde, li “O Estrangeiro” (definitivamente um dos melhores livros que já li), depois “A Peste” e agora “A Queda”. Posso afirmar-me suficientemente conhecedor da obra de um dos meus ídolos. O livro é um monólogo de um parisiense que se apresenta como “juiz-penitente”, Jean-Baptiste Clamence, e que narra, num bar de marinheiros de Amesterdão, o México-City, as peripécias da sua vida na capital francesa. Jean-Baptiste atingira o sucesso na alta sociedade como advogado respeitado, vangloriando-se tanto dos seus dotes na defesa de causas nobres como das suas conquistas amorosas. A escrita de Camus é incómoda para quem procura, através dos livros, confirmar as suas convicções. As palavras do seu personagem-narrador fazem-nos re...

SOFIA VASCO LANÇA “MINHA CAPULANA, MEU ALICERCE”

    Será lançado, no dia 10 de Março, pelas 13h, no anfiteatro da Universidade Íris, na cidade de Pemba, o livro “Minha Capulana, Meu Alicerce — Símbolo de Identidade, Tradição e Cultura Moçambicana”, da autoria da Professora Sofia Ahamad de Jany Vasco. A obra será apresentada pelo Professor Severino Ngoenha.   “Minha Capulana, Meu Alicerce”, que resulta da tese de doutoramento da autora, tem 186 páginas e está dividido em duas partes e nove capítulos. Na primeira parte, a obra apresenta, entre vários assuntos, a evolução histórica da capulana, o seu significado e simbolismo e os desafios e preservação da tradição. A segunda parte do livro aborda, de forma abrangente, o “Projecto Ikuru”, uma iniciativa que une arte, cultura e transformação de vida por meio da capulana.   Para autora, o livro é “uma homenagem às nossas raízes, à riqueza da nossa cultura e ao poder que a capulana tem de contar histórias, unir gerações e fortalecer a nossa identidade”. ...

LINA MAGAIA, 80 ANOS

  Por: Nelson Saúte   “Tenho quatro filhos. Um deles foi-me dado pelo destino fruto da acção dos bandidos armados. Pari três.” Lina Magaia (in “Dumba Nengue”)   Era uma mulher impetuosa, falava com veemência, argumentava empolgada, arrebatava com o seu fervor e as suas ideias. Os seus olhos interpelavam-nos. Indagavam-nos. Não deixava ninguém indiferente. Dizia o que pensava sem rebuços. Não se coibia de discordar dos seus e divergir dos seus camaradas quando pensasse diferente. Era indomável contra os seus adversários. Tinha uma pluma esplendente. A sua escrita, igualmente enérgica, nimbada pelas suas ideias e as suas crenças, era penetrante. Escrevia na fronteira entre o jornalismo e a literatura, entre o relato e a denúncia, entre o depoimento e a biografia. Dividia opiniões? Claro. Era assertiva e generosa, humanamente generosa. Tinha causas. Lutava por elas. Tinha compromisso com a vida e o destino dos outros. Era partidária da verdade. Por isso, tamb...

Sua Excelência, Senhora Penitenciária

Excelência, rogo-lhe que leia atentamente esta carta. Há reclusos incriminados no seu gabinete. Veja bem, há reclusos dentro das suas gavetas e armários. Se não for por engano propositado, que sejam enviados para a jaula juntamente com aqueles processos dos condenados que perderam o crachá da caução e os tantos perdões do santo das misericórdias. Mas, por favor, não os atire na cova dos leões, como de costume.  Rogo-lhe, não os atire ao circo de Nero para serem dilacerados pelas feras armadas. Quiçá, são provedores, pais e filhos, Excelência!      Excelência, há reclusos dentro das suas gavetas  e armários. Merecem ser libertados desse purgatório para serem esmagados pelo martelo da justiça dos tribunais ou, pelo menos, verem os seus casos analisados por uma equipa de magistrados. São reclusos-chave, conhecem todos os meandros daqueles malandros que nos trepam às costas como gala-galas e salamandras nas paredes. Aquele...

M. P. Bonde lança “Um Umbigo Arde na Boca” em Maputo

  [Maputo], [20 de Fevereiro de 2025] — A Gala-Gala Edições anuncia o lançamento do livro “ Um Umbigo Arde na Boca ”, do poeta moçambicano M. P. Bonde.  “Um Umbigo Arde na Boca”, de 60 páginas, é o quarto livro impresso de Bonde [Prémio FFLC] e o segundo pela Gala-Gala Edições, quando anos depois de “Aroma Fóssil” (2021).  Constituído pelos cadernos “Margem” e “Porções do Tempo”, o que melhor define esta obra em prosa poética e estrofes é a intensidade e a autenticidade. O professor Albino Macuácua, que assina o prefácio, escreve: “Este livro é a manifestação de um elevado grau de consciência sobre uma 'poesia poética e prosaica' [...]”. Para Macuácua, “Um Umbigo Arde na Boca” representa uma evocação mais do que simbólica do passado, em que o poeta critica uma tendência quase que mórbida e patogénica de se querer construir um presente e também um futuro sem se conhecerem as referências que perfazem e enformam o passado. A obra “ Um Umbigo Arde na Boca ” será lançada no di...

Das causas às consequências

De 1974 a 1976, viveu-se um período de ouro em Moçambique. Cheirava-se a liberdade. As ideias fluíam. As livrarias deram-nos todo o tipo de literatura - da área política, económica, a outros ramos do saber social. Disso tenho exemplo da livraria Ovedekula, em Quelimane. De 77 em diante, tudo mudou: as livrarias abarrotaram-se  de obras escolhidas de Lenine e outras edições da Progresso, da  extinta União Soviética.  Desses tempos áureos  apaixonei-me pelos conceitos de legitimidade democrática  e legitimidade revolucionária. Naquela minha adolescência política, tentei compreender, no quadro da legitimidade revolucionária,  os actos  das autoridades  em obrigarem as instituições públicas e empresas estatais a afastarem e não  empregarem cidadãos que se beneficiaram de bolsas de estudo angariadas no tempo do obreiro da unidade nacional, Eduardo Mondlane, aos então jovens moçambicanos, maioritariamente do centro e norte de Moçambique. Vi doutore...

LIVRO “BLASFÊMEAS, SANGUE E POESIA” REÚNE 18 NOVAS VOZES FEMININAS DA POESIA MOÇAMBICANA

A Gala-Gala Edições tem o gosto de anunciar o lançamento do livro “Blasfêmeas, Sangue e Poesia: Novas Vozes Femininas”, uma antologia que reúne 18 novas vozes da poesia moçambicana como Kaya M, Hera de Jesus e N’wantshukunyani Khanyisani. Entre os dias 20 de Julho e 20 de Setembro de 2022, a Gala-Gala Edições recebeu textos para a chamada “ Blasfêmeas — Sangue e Poesia ”, válida para autoras que ainda não haviam publicado livros (ainda que antologiadas). A organização recebeu, ao todo, 96 textos de 32 autoras. Os textos, criteriosamente seleccionados, imaginam o lugar da mulher na sociedade moçambicana e no mundo e denunciam os males que enfrentam. Para a Gala-Gala Edições, a iniciativa visa dar a conhecer o trabalho de novas vozes da poesia escrita por mulheres, para quem, a poesia e a música fizeram sempre parte do seu quotidiano, mas não antes tiveram a oportunidade de publicar em livro. Por isso “BlasFêmeas”, pois “queremos que este seja um acto de heresia, de empoderamento, de lib...

Escritor Renan de Souza Confirmado no Festival Internacional Português 2025

  O escritor Renan de Souza foi confirmado como um dos participantes da 2ª Edição do Festival Internacional de Arte e Cultura de Portugal , que acontecerá no dia 23 de fevereiro de 2025 , às 15h , na sede da TV C4TVWeb . O evento reunirá grandes nomes da literatura, música e artes visuais, consolidando-se como uma importante vitrine para a cultura lusófona. Renan de Souza , natural de Niterói, Rio de Janeiro , é um autor de destaque no cenário literário contemporâneo. Parceiro da Editora Mágico de Oz , ele também se destaca como compositor, instrumentista e romancista . Seu primeiro livro, "Poesia da Alma" , lançado em 2023, foi seguido por "Realidades" , consolidando sua presença no meio literário. Reconhecido nacional e internacionalmente, Renan já recebeu prêmios como 100 Melhores Poetas da Língua Portuguesa, Personalidade do Ano em Portugal, Prêmio Parisiense de Literatura e Artes e o Troféu Machado de Assis . Além da escrita, ele comanda o programa "Minut...

Maria das Graças Coêlho Vieira Representará a Cultura Brasileira no Festival Português de Arte e Cultura 2025

  A renomada professora, psicopedagoga e artista multifacetada Maria das Graças Coêlho Vieira , conhecida artisticamente como Graça Coêlho , foi confirmada como uma das participantes da 2ª Edição do Festival de Portugal de Arte e Cultura . O evento acontecerá no dia 22 de fevereiro de 2025 e será transmitido ao vivo pela TV C4TVWeb . Com uma trajetória marcante na literatura, música e teatro, Graça Coêlho se destaca como poeta, compositora, artesã, figurinista, aderecista, cenógrafa e assistente de direção teatral. Autora do livro "Redemoinho" (PE, 2002), ela também ocupa cadeiras na Academia Pan-Americana de Letras e Artes do Rio de Janeiro (APALA-RJ) e no Clube dos Escritores de Piracicaba (SP) , além de integrar a Associação dos Poetas Profissionais do Rio de Janeiro (APPERJ) e a Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLCRJ) . Ao longo de sua carreira, recebeu diversas premiações e menções honrosas em concursos poéticos realizados em São Paulo, Rio de Janeiro e ...

"Grito, o Mundo Gagueja" – A Voz Poética de Alcione Thulani Amós Ecoa em Inhambane

  No próximo dia 28 de fevereiro de 2025, às 17h , a cidade de Inhambane acolherá um dos eventos literários mais aguardados do ano. O Hotel Escola será o palco do lançamento do livro "Grito, o Mundo Gagueja" , de Alcione Thulani Amós , uma jovem autora cuja poesia reflecte uma profunda introspecção sobre emoções universais como solidão, saudade, angústia e identidade . A apresentação da obra será conduzida por Florentino Maria Lourenço , que trará ao público uma leitura sensível e envolvente da poesia de Alcione. Esta será uma oportunidade imperdível para leitores, escritores e amantes da literatura conhecerem a força e a delicadeza da voz poética desta promissora autora. Sobre o Livro – "Grito, o Mundo Gagueja" A obra "Grito, o Mundo Gagueja" é um mergulho profundo na alma humana, expressando angústias, dúvidas e esperanças através de versos que ecoam como sussurros e gritos ao mesmo tempo. A poesia de Alcione Thulani Amós percorre os recantos...

Lançamento do livro "O Fado por Sangue" de Constantino Luís

A Massinhane Edições tem a honra de anunciar o lançamento do livro "O Fado por Sangue" , da autoria de Constantino Luís , uma obra que promete cativar os leitores pela sua intensidade narrativa e pela abordagem profunda às complexidades da vida. O evento terá lugar no dia 25 de fevereiro , às 15h30 , na Sala de Sessões do Distrito de Marracuene . A apresentação estará a cargo da Profa. Doutora Angelina Paulino Comé , docente da Universidade Pedagógica de Maputo. Sobre o livro "O Fado por Sangue" é uma novela que mergulha nas adversidades da vida de Saulina , uma jovem marcada pela dor, rejeição e desafios impostos pelo destino. A narrativa desenrola-se num ambiente de tensões familiares, injustiças sociais e a busca incessante por liberdade e identidade. A obra é um reflexo poderoso das lutas diárias de muitos jovens, especialmente mulheres, que enfrentam obstáculos em sociedades onde tradição e modernidade se confrontam. Com uma escrita envolvente e emot...