Atenção Senhores/a
Repassando.
"Fiquei surpreso com o facto do blog me ter atribuído a defesa de uma ideia que é absolutamente oposta ao meu modo de pensar e de agir. Vejo, com satisfação, que após uma conversa telefónica, o Alerta Moçambique tomou a necessária atitude de retificação. Não existe da minha parte nenhum ressentimento e estou disponível para dar toda a minha contribuição para este e todos os blogs que ajudam a criar um debate construtivo no nosso país. De todo o modo, achei importante prestar o seguinte esclarecimento:
Vamos aos factos: o Alerta Moçambique usou a frase de uma personagem minha questionando a lealdade dos homens casados para provar que eu, enquanto autor do livro e da frase, defendia a ideia da poligamia.
A frase foi retirada do contexto em que uma personagem chamada Imani lembra os comentários que a mãe tinha feito sobre o casamento. O que o Alerta Moçambique reproduziu são os comentários da mãe de um personagem ficcional. Obviamente, esses comentários não podem ser confundidos com a opinião do escritor. Basta ler o capítulo 27 do romance “Mulheres de Cinza” para perceber o contexto dessa frase.
Não estou realmente muito preocupado com este caso em si mesmo. Preocupa-me que persista um tipo de leitura imediata e ingénua dos textos ficcionais em que não diferencia as falas dos personagens com a opinião do autor ou da autora. Se um escritor inventar um romance sobre a corrupção surgirão no livro dezenas de frases que são da autoria do personagem corrupto defendendo as suas ideias e das práticas. Não é justo nem ético retirar essas frases do contexto da história e colocá-las na boca do romancista.
Vim a público porque me parece que talvez possa ter um papel didático não tanto na minha defesa, mas na defesa da própria literatura. Nem eu, nem a Paulina Chiziane nem nenhum escritor de Moçambique ou do mundo podem ser sujeitos a este tipo de mal-entendido".
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