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Mensagens

Mais um infortúnio

Ainda no meio das incertezas sobre o desaparecimento físico do Azagaia, o terror volta a bater de frente com a miséria dos Moçambicanos. Sem mais e menos, a televisão, as redes sociais, as chamadas telefónicas, os grupos das redes sociais, de forma inequívoca anunciam mais um outro infortúnio. Desta vez, é o Muzaia, um actor e humorista de grande importância na praça que deixa de fazer parte dos vivos neste Sábado do dia 11 de Março. Os moçambicanos andam desolados e perdidos. Pedem a Deus uma salvação. É tanta coisa para assimilar neste curto espaço do tempo. O blog Tindzila endereça um tento abraço aos familiares do malogro e eterna paz ao falecido.

EU BEBEU SURUMA DOS TEUS ÓLHO ANA MARIA

    por Nelson Saúte   XICUEMBO   eu bebeu suruma dos teus ólho Ana Maria eu bebeu suruma e ficou mesmo maluco   agora eu quere dormir quere comer mas não pode mais dormir mas não pode mais comer   suruma dos teus ólho Ana Maria matou socego no meu coração oh matou socego no meu coração   eu bebeu suruma oh suruma suruma dos teus ólho Ana Maria com meu todo vontade com meu todo coração   e agora Ana Maria minhamor eu não pode mais viver eu não pode mais saber que meu Ana Maria minha amor é mulher de todo gente é mulher de todo gente todo gente todo gente   menos meu minha amor   Rui Nogar     O Poeta Rui Nogar, um dos mais insignes nomes da poesia moçambicana, pseudónimo de Francisco Rui Moniz Barreto, nascido em Maputo a 2 de Fevereiro de 1932, morreu, aos 61 anos, a 11 de Março de 1993, em Lisboa, passam hoje 30 anos. Quase sempre esquecido, como estão esquecidos uma data de nomes e figuras importantes da nossa cultura, esta é uma daquelas personagens literárias por quem cultivo, sem

Vigília em memória ao AZAGAIA

  Azagaia é um proeminente Rap nacional de intervenção social. Em vida, Azagaia foi conhecido como um Rapper que batia de frente o sistema moçambicano, acto que lhe permitiu gracejar admiração em diversas camadas sociais.  A sua luta sempre foi a causa do povo.  Nas suas diversas composições, o povo, mormente oprimido, era a sua fonte de inspiração e luta. Em função do reconhecimento do heroísmo desta figura do povo, o povo de Inhambane, compadecido com a perda, vai realizar uma vigília no início da noite de hoje, 11 de Março. A concentração será na Prancha, próximo a Casa do Governador. A vigília decorre como preparativo da marcha nacional a ser realizada no dia 18, em virtude desta perda de todos nós. Para participar da vigília que vai acontecer a partir das 18horas de hoje, os participantes devem trajar uma camisa BRANCA OU PRETA e trazerem consigo uma VELA. #POVONOPODER Para mais informações: +258 84 442 9250

Todos nós fizemos não, ao adeus

A minha esposa, ao anoitecer, chegou para mim na tarde desta quinta-feira do dia 09 de Março, um dia antes do aniversário da minha cunhada mais nova que aqui vou não vou poder nomeia-la, abalada e a soar, mais para o lado de indisposição, uma singularidade dela que fui aprendendo em todos estes anos da nossa convivência, dizendo: É MEME OU AZAGAIA MORREU DE VERDADE? Não disse nada. Tive a certeza no íntimo que, inconscientemente, a minha esposa, afetiva que ela é, mais segura de si que mim, expressava com uma delicadeza que pessoas como AZAGAIA só morre é no nos MEMES. Tudo é aldrabice. É fantochada. Como um ser em sã consciência aceitaria estás palavras podres e ausentes de sentido: MORREU AZAGAIA. Uma e outra conversa que tive aqui e acolá, encontrei em cada uma, coisas deprimentes como: AZAGAIA MORREU. Em cada tela do celular, machete dos jornais, blogs, sites, páginas, redes sociais, orelha a orelha, informam-nos: AZAGAIA MORREU.  Agora digam-me vocês, como é que se morre se se é u

NOTA DE ESCLARECIMENTO ENVIADO A NOSSA REDAÇÃO POR MIA COUTO

 Atenção Senhores/a Repassando. "Fiquei surpreso com o facto do blog me ter atribuído a defesa de uma ideia que é absolutamente oposta ao meu modo de pensar e de agir. Vejo, com satisfação, que após uma conversa telefónica, o Alerta Moçambique tomou a necessária atitude de retificação. Não existe da minha parte nenhum ressentimento e estou disponível para dar toda a minha contribuição para este e todos os blogs que ajudam a criar um debate construtivo no nosso país. De todo o modo, achei importante prestar o seguinte esclarecimento:     Vamos aos factos: o Alerta Moçambique usou a frase de uma personagem minha questionando a lealdade dos homens casados para provar que eu, enquanto autor do livro e da frase, defendia a ideia da poligamia.     A frase foi retirada do contexto em que uma personagem chamada Imani lembra os comentários que a mãe tinha feito sobre o casamento. O que o Alerta Moçambique reproduziu são os comentários da mãe de um personagem ficcional. Obviamente, esses co

As doze varas

  As doze varas   Falemos da arte como lugar de (re)encontro d’uma colectividade; como expressão d’uma interioridade trans-individual. Aquele lugar onde o pulmão cultural ganha fôlego. Pulsa com a força d’um condor bravo ou d’um tornado. Aquele lugar onde cada um de nós se encontra representado; aquele lugar que por metáfora é o porto de todos os navios. Falemos dela como património da humanidade que lega gerações. E se a consideramos como tal, então que a abordemos com maior sensibilidade e sinceridade, i.e., sem ares de nepotismos, de deixa andar e etc. A casa da arte está sob assalto; está em chamas. É nesta maneira de conceber a arte que gostaria de recordar e defender “O Excedente Estético: a Readymadezação da «Nova Arte»” das críticas que sofreu daqueles que foram assolados por um estado de susto-reactivo: Primeiro, acusaram-no de possuir um espírito de polemização e redução do labor de escritores cujos nomes e trabalhos foram galardoados e cimeirizados (logo, talvez, int

Ciclo de diadema trivial

    Então, quem irá acolher este ciclo de diadema trivial? Lemo-nos ritualmente como cristais carbónicos abertos às páginas entre olhos fechados. Um raciocínio Uma percepção. Que nos dão alguns? Nada. Talvez isso seja bom. Dizem: abram os olhos. A poesia é uma tortura com uma lança no fígado e o peito pronto a encolher a dor. Esse nada que fingimos seguir por dentro do pesar a todo tempo. Não sabemos de onde vêm as prosas ou poemas que não ficam malfadados nas páginas. Que andam de testa a testa, com gente estranha de fascínio ou não, de tempo sobre tempo com gente diferente. Talvez porque, Eles galopam sempre, desejam encontrar a redenção e entregam-se ao caminho... Mas como pô-los a galopar constantemente? Não gosto de poemas que ficam nas páginas, aliás escritos para páginas somente! O poema deve farejar o seu próprio tempo e deixar-se arder. Fragmentar eu nele em exércitos acasos e sobreviver. Casual d’um recesso recomeço. Desdobrar o interior do eu tal como um cone que