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NOTA DE ESCLARECIMENTO ENVIADO A NOSSA REDAÇÃO POR MIA COUTO

 Atenção Senhores/a Repassando. "Fiquei surpreso com o facto do blog me ter atribuído a defesa de uma ideia que é absolutamente oposta ao meu modo de pensar e de agir. Vejo, com satisfação, que após uma conversa telefónica, o Alerta Moçambique tomou a necessária atitude de retificação. Não existe da minha parte nenhum ressentimento e estou disponível para dar toda a minha contribuição para este e todos os blogs que ajudam a criar um debate construtivo no nosso país. De todo o modo, achei importante prestar o seguinte esclarecimento:     Vamos aos factos: o Alerta Moçambique usou a frase de uma personagem minha questionando a lealdade dos homens casados para provar que eu, enquanto autor do livro e da frase, defendia a ideia da poligamia.     A frase foi retirada do contexto em que uma personagem chamada Imani lembra os comentários que a mãe tinha feito sobre o casamento. O que o Alerta Moçambique reproduziu são os comentários da mãe de um personagem ficcional. Obviamente, esses co

As doze varas

  As doze varas   Falemos da arte como lugar de (re)encontro d’uma colectividade; como expressão d’uma interioridade trans-individual. Aquele lugar onde o pulmão cultural ganha fôlego. Pulsa com a força d’um condor bravo ou d’um tornado. Aquele lugar onde cada um de nós se encontra representado; aquele lugar que por metáfora é o porto de todos os navios. Falemos dela como património da humanidade que lega gerações. E se a consideramos como tal, então que a abordemos com maior sensibilidade e sinceridade, i.e., sem ares de nepotismos, de deixa andar e etc. A casa da arte está sob assalto; está em chamas. É nesta maneira de conceber a arte que gostaria de recordar e defender “O Excedente Estético: a Readymadezação da «Nova Arte»” das críticas que sofreu daqueles que foram assolados por um estado de susto-reactivo: Primeiro, acusaram-no de possuir um espírito de polemização e redução do labor de escritores cujos nomes e trabalhos foram galardoados e cimeirizados (logo, talvez, int

Ciclo de diadema trivial

    Então, quem irá acolher este ciclo de diadema trivial? Lemo-nos ritualmente como cristais carbónicos abertos às páginas entre olhos fechados. Um raciocínio Uma percepção. Que nos dão alguns? Nada. Talvez isso seja bom. Dizem: abram os olhos. A poesia é uma tortura com uma lança no fígado e o peito pronto a encolher a dor. Esse nada que fingimos seguir por dentro do pesar a todo tempo. Não sabemos de onde vêm as prosas ou poemas que não ficam malfadados nas páginas. Que andam de testa a testa, com gente estranha de fascínio ou não, de tempo sobre tempo com gente diferente. Talvez porque, Eles galopam sempre, desejam encontrar a redenção e entregam-se ao caminho... Mas como pô-los a galopar constantemente? Não gosto de poemas que ficam nas páginas, aliás escritos para páginas somente! O poema deve farejar o seu próprio tempo e deixar-se arder. Fragmentar eu nele em exércitos acasos e sobreviver. Casual d’um recesso recomeço. Desdobrar o interior do eu tal como um cone que

Três escritores moçambicanos entre os finalistas da 19ª edição do Prémio Oceanos

O  Oceanos-Prémio de Literatura em Língua Portuguesa  (conhecido até 2014 como  Prémio Portugal Telecom de Literatura ) é considerado um dos prémios literários mais importantes entre os países de língua portuguesa. O Prémio foi criado em 2003 pela empresa portuguesa de telecomunicações  Portugal Telecom  para prestigiar e divulgar a  literatura brasileira , seleccionando o melhor livro do ano. A partir de 2007, o prémio passou a estar aberto a autores de todos os países de  língua portuguesa . Após a compra da Portugal Telecom pela operadora francesa  Altice , o prémio passou a se chamar  Oceanos  e a ser organizado pelo  Itaú Cultural . Desde 2017 que o Prémio Oceanos conta com um júri constituído por especialistas brasileiros e portugueses. A curadoria, também com integrantes portugueses e brasileiros, é da responsabilidade da gestora Selma Caetano, da editora  Mirna Queiroz , e dos jornalistas Isabel Lucas e Manuel da Costa Pinto. Os três escritores moçambicanos, e únicos do c

As Circunstâncias do Trágico: uma leitura de Calvário e a Cruz de J. Mocumbe

 Por Harani MAHALAMBE Disponível a 500 mts, cont. 875385905 Proposição I A relação do artista coma palavra [é] uma relação secundária, funcional, condicionada por uma relação primária com o conteúdo, ou seja, com o dado imediato da vida, em sua tensão ético-cognitiva. O artista utiliza a palavra para trabalhar o mundo, e para tanto a palavra deve ser superada de forma imanente, para tornar-se expressão do mundo dos outros e expressão da relação de um autor com esse mundo.  Mikhail BAKHTIN, 1997ː208 Proposição II (…) O juízo de valor sobre uma obra depende de sua estrutura. Mas (…) ela não é factor único do juízo. (…) O valor é interno à obra, mas ele só aparece no momento em que a obra é interrogada por um leitor. A leitura é não somente um acto de manifestação da obra, mas também um processo de valorização. Tzvetan TODOROV, 1970ː123 Começo por Hermenegildo Bastos – uma mente de luxo que todos devem conhecer – ao pensar na Literatura como Trabalho de Apropriação, para o qual o prazer q

Disponível Revista Tindzila 1ª Edição

   Clik aqui para baixar :  https://drive.google.com/file/d/1-2OFUPIKMXlIRMV5FE-kNv96ccxE-0mk/view?usp=drivesdk Os textos seleccionados são: POEMAS (19)   Tem Pó - Armando Orlando Paulo Poemácido - Wilton dos Zicas Velejador das ruas líquidas - Mafemane de Castro Destino Atrofiado - N'ola Kwate Era uma Vez - N'wantshukunyani Khanyisani Vácuos - Elísio Miambo Colo Escuro - Otildo Justino Guido Recomeço - Otildo Justino Guido Clitoridismo - Fernando Kya Samba Melífluas mentiras - Fernando Kya Samba Resistência - Jeremias Francisco Viagem ao Infinito - Jeremias Francisco Tédio - Jeconias Mocumbe Depois da solidão é agora - Lino Mukurruza Levei o poema para a toilet - Lino Mukurruza Entre a gravidades - Malinga  Uputso - Tarcísio João Maposse  Resistência - Wendila Francisco  Solidão - Álvaro dos Reis     POEMAS NARRATIVOS (4) Os Roubadores de Chuva - Nélio Matuque Cabo Delgado também é Moçambique - Álvaro dos Reis Um não para Cabo Delgado - Mudungazi     CONTOS (6) O silêncio da f

Lançamento da BARCA OBLONGA

  Lançamento: 01 de Novembro de 2022 Local: Centro Cultural Brasil-Moçambique  ________________________________________ Por Otildo Justino Guido  A Editorial Fundza apostou na Barca Oblonga, um livro cujo exercício de escrita começou em 2020, quando eu e Fernando Absalão Chaúque liamos Luis Patraquim para compreender a grande parte da poesia actual que se faz em Moçambique, que se diga, Patraquim, Mia, Eduardo White, José Craveirinha são alguns dos grandes influenciadores da poesia jovem em Moçambique, são uma espécie de ignição para dentro e para fora desse ofício, "essa condição de que não se recomenda nem aos melhores amigos". Não era para ser um livro, apenas um exercício como qualquer um que os atletas fazen para exercitarem os músculos, porém quando Daúde Amade leu os textos, sentenciou que se fosse trabalhar com profundidade, nas palavras de David Bene "como se estivesse a escrever uma tese ou monografia". E o processo de escrita foi indo, barcos e comboios,