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A mostrar mensagens de novembro, 2022

Ciclo de diadema trivial

    Então, quem irá acolher este ciclo de diadema trivial? Lemo-nos ritualmente como cristais carbónicos abertos às páginas entre olhos fechados. Um raciocínio Uma percepção. Que nos dão alguns? Nada. Talvez isso seja bom. Dizem: abram os olhos. A poesia é uma tortura com uma lança no fígado e o peito pronto a encolher a dor. Esse nada que fingimos seguir por dentro do pesar a todo tempo. Não sabemos de onde vêm as prosas ou poemas que não ficam malfadados nas páginas. Que andam de testa a testa, com gente estranha de fascínio ou não, de tempo sobre tempo com gente diferente. Talvez porque, Eles galopam sempre, desejam encontrar a redenção e entregam-se ao caminho... Mas como pô-los a galopar constantemente? Não gosto de poemas que ficam nas páginas, aliás escritos para páginas somente! O poema deve farejar o seu próprio tempo e deixar-se arder. Fragmentar eu nele em exércitos acasos e sobreviver. Casual d’um recesso recomeço. Desdobrar o interior do eu tal como um cone que

Três escritores moçambicanos entre os finalistas da 19ª edição do Prémio Oceanos

O  Oceanos-Prémio de Literatura em Língua Portuguesa  (conhecido até 2014 como  Prémio Portugal Telecom de Literatura ) é considerado um dos prémios literários mais importantes entre os países de língua portuguesa. O Prémio foi criado em 2003 pela empresa portuguesa de telecomunicações  Portugal Telecom  para prestigiar e divulgar a  literatura brasileira , seleccionando o melhor livro do ano. A partir de 2007, o prémio passou a estar aberto a autores de todos os países de  língua portuguesa . Após a compra da Portugal Telecom pela operadora francesa  Altice , o prémio passou a se chamar  Oceanos  e a ser organizado pelo  Itaú Cultural . Desde 2017 que o Prémio Oceanos conta com um júri constituído por especialistas brasileiros e portugueses. A curadoria, também com integrantes portugueses e brasileiros, é da responsabilidade da gestora Selma Caetano, da editora  Mirna Queiroz , e dos jornalistas Isabel Lucas e Manuel da Costa Pinto. Os três escritores moçambicanos, e únicos do c

As Circunstâncias do Trágico: uma leitura de Calvário e a Cruz de J. Mocumbe

 Por Harani MAHALAMBE Disponível a 500 mts, cont. 875385905 Proposição I A relação do artista coma palavra [é] uma relação secundária, funcional, condicionada por uma relação primária com o conteúdo, ou seja, com o dado imediato da vida, em sua tensão ético-cognitiva. O artista utiliza a palavra para trabalhar o mundo, e para tanto a palavra deve ser superada de forma imanente, para tornar-se expressão do mundo dos outros e expressão da relação de um autor com esse mundo.  Mikhail BAKHTIN, 1997ː208 Proposição II (…) O juízo de valor sobre uma obra depende de sua estrutura. Mas (…) ela não é factor único do juízo. (…) O valor é interno à obra, mas ele só aparece no momento em que a obra é interrogada por um leitor. A leitura é não somente um acto de manifestação da obra, mas também um processo de valorização. Tzvetan TODOROV, 1970ː123 Começo por Hermenegildo Bastos – uma mente de luxo que todos devem conhecer – ao pensar na Literatura como Trabalho de Apropriação, para o qual o prazer q