Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Alguns Poemas de Virgílio de Lemos

Os teus retratos, L. M. Com a avidez que em mim desperta a sedução, olho-te e desejo-te como se fosses sonhada, inacessível, Afrodite. Mas finalmente gritando como o mar estas em mim como vertigem o fogo do tempo, a sua cólera a sua fluidez, a sua matriz, o outro eu da memoria que respira no meu corpo, inquieto, exilado mas não extinto, destino de quem vive e morre na transparência do poema, cidade, na alucinada posse que supera o irreal, e é vida, nos murmúrios do silêncio, o coito invisível e secreto entre o meu olhar e o teu. Lourenço Marques, 1951 (da serie prevista para Msaho 5 ou 6 folhas de poesia) 1951/1954 Antropografia Delirante ao Afonso Albuquerque, médico Ao Carlos Adrião Rodrigues Ao Santa-Rita 1. Mas qual o poeta que não tem, Incestuosa, uma relação com a língua qual a língua que não devora o poeta? L.M., 1962 Sacanice Inventiva (Ao Rui Nogar, ao Jose Craveirinha, ao Peres da Silva) Ser caniço, ser ave, ser sobremesa s

5 poemas de Fernando Couto seleccionados do livro Monódia

Os Exílios Ferida aberta, o ar magoa nos dias de cinza, incruenta e incurável no dobrar dos dias - cordão umbilical sem corte possível E, todavia, uma outra ferida se rasgará no teu seio indefeso á lancada do teu regresso desse primeiro exílio. 1985 Asa irreprimível o fascínio da asa: tanto que a demos aos anjos! 1987 Crepúsculo Grave a montanha lenta se transfigura. Doirada e tranquila a tarde vai morrendo de azul de longe e de paz. No coração desta paz quase palpável o sangue não pulsa mas doirada a luz palpita em minhas veias: suavemente vou sentindo que também sou imortal. 1985 Poesia meu anseio Quero-te poesia incandescência de lava queimando-me o coração e um delido fio de ternura velando os meus olhos. 1967 Fernando L. Couto Outono Já  Outono despoja as arvores com atenta e carinhosa mão. Em sangue e ouro se esvai e arde em silenciosa labareda. é já prenúncio em volta da morte invernal surgindo. Grave lenta suavemente Outono mela

Eça de Queirós

Eça de Queirós Seria difícil imaginar o rumo da cultura portuguesa sem o no Eça de Querós, que se instaurou como um marco da qualidade da literatura portuguesa de igual forma que se tem os seguintes nomes, Luis de Camões, Fernando Pessoa entre outros. Nomes de incontestável repercussão mundial. Eça de Queirós, o grande mestre do romance português moderno e certamente o mais popular entres os escritores portugueses do seculo XIX, morreu aproximadamente a 100 anos em Paris aonde o levou a vida de diplomata. Havana, Newcastle, Bristol foram outros tantos postos que ocupou. No entanto, pode se imaginar as origens do seu olhar critico e sarcástico sobre o mundo do seu tempo em cronicas e obras de ficção que visaram a politica,  religião, a literatura, a mentalidade burguesa, a hipocrisia social. Mas o seu campo de eleição foi sempre Portugal, cenário da maioria das obras de ficção e lugar onde todas suas obsessões desaguam. Atravessou o rimatismo social, o realismo, o naturalismo, no

Um Tindzileiro conquista o 1º lugar da 3ª edição do prémio Literário Fernando Leite Couto na modalidade de poesia

O Projecto Tindzila leva o prémio literário da 3ª edição Fernando Leite Couto para Inharrime na pessoa de Otildo Justino Guido “ KA MADAUKANE E O SILÊNCIO DA PELE ” f oi a obra que consagrou o jovem Otildo Justino Guido, natural de Inhambane, residente actualmente na província de Gaza, no passado dia 12 de Dezembro de 2019, vencedor da 3 edição do prémio Fernado Leite Couto num universo de 96 obras concorrentes. Biografia   do Poeta   OTILDO JUSTINO GUIDO, moçambicano, nascido no distrito de Maxixe, na província de Inhambane; formando em Contabilidade e Finanças; membro da Associação Cultural Xitende; um dos mentores do Projecto Cultural Tindzila; é compositor de letras de música, poeta e escritor; participou no projecto “Nova Poesia Africana de Expressão Portuguesa” (2015); participou na antologia Internacional da CPLP “Entre o Samba o Fado e a Poesia” (2015), participou na antologia “Obsessões” da editora Lua de Marfim (2015); participou na colectânea de conto

Circulo de Leitura no Distrito de Inharrime- Inhambane

Dia 30 de Novembro de 2019 pelas 15 horas teremos o poeta, escritor e rap Otildo Justino natural de Inharrime, estudante de contabilidade a moderar o debate sobre a obra poética de Mia Couto intitulada " Tradutor de Chuvas ". Como mostra o cartaz abaixo. Vamos? Cartaz

Submissão de Originais para autores da província de Inhambane

PROJECTO TINDZILA – EDITAL LITERÁRIO PARA AUTORES DA PROVÍNCIA DE INHAMBANE PROJECTO TINDZILA – INHAMBANE Correio Electrónico: projectotindzila@gmail.com Facebook: ProjectoTindzila Blog: www.projectotindzila.blogspot.com Contactos: +258 842453273/+258 841234591/+258 844085779 EDITAL   Nº 01/2019 O Projecto Tindzila é uma iniciativa cultural, sem fins lucrativos, vocacionada na dinamização da cultura, em especial da LITERATURA na Província de Inhambane, sob a licença nº 01/GDI/201. O presente projecto literário surge pela necessidade de promover a transversalidade literária da Província de Inhambane como forma de garantir o reconhecimento dos novos autores desta parcela do país. Ademais, o desenvolvimento do presente projecto se circunscreve na necessidade de elevar a latente cultural da província por via da divulgação e promoção da cultura local através da incentivação na de produção de obras literárias. 1. DOS OBJETIVOS E DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 1.1 O

Dona Rodália - Alerto Bia

imagem  Fazia meia hora que o pai, cotovelos sulcando a mesa, apoiava o queixo as palmas das mãos, devia estar a dormitar por detrás daquelas lentes graúdo límpidos de espessura ínfima, espreguiçou-se, bocejando e disse: “o amor é ter com quem nos mata lealdade”. Ficara assim à mesa das refeições depois de almoçar.  Vezes sem fim, minha mamã, andava desconfiada daqueles poemas que meu pai andava escrevivendo.  – Quero ser poeta, mulher – se desculpava o pai, como se ser poeta fosse um querer.  Mamã ouvia com cara trombuda. Nunca acreditara nos ditos de poetas. Dizia ela, para além de eles (poetas) serem fingidos, sempre tem uma musa misteriosa.  Naquele dia, quando achou o papiro de versos na orla do prato que papá tomara o almoço, concluiu que escrevera para a secretária da casa, dona Rodália.  Quando mamã chegou a casa, fazia dez minutos que papá retornara ao serviço, e dona Rodália não tirara o prato, ainda.  Mamã pensou, dona Rodália andava em cima do seu homem.